Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

AVALIAÇÃO DO FLUXO SALIVAR EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

  • BH Chiouhami,
  • HS Antunes

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1153

Abstract

Read online

Objetivos: Analisar a produção científica sobre a avaliação do fluxo salivar não estimulado em pacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico, assim como o manejo adequado. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura realizada na base de dados PubMed, utilizando os termos de busca: “hematopoietic cell transplantation”, “bone marrow transplantation”, “hematopoietic progenitor cell transplantation”, “salivary gland damage”, “Salivary gland dysfunction”, “Hyposalivation”, “Xerostomia”, “oral dryness”. Foram identificadas 156 referências, das quais 66 foram selecionadas após aplicação de critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Estudos indicam que diversos fatores de risco estão associados à redução do fluxo salivar incluindo o tipo de transplante, origem das células, tratamentos prévios com radioterapia e/ou quimioterapia, regime de condicionamento, profilaxia imunossupressora e a ocorrência da doença do enxerto contra o hospedeiro crônica (DECHc) oral. A porcentagem de receptores de TCTH alogênico com hipossalivação foi de 56% aos 6 meses, 31% ao 1 ano e 26% aos 2 anos pós-TCTH. Quanto ao manejo, a maioria dos pacientes apresentou melhora com o uso de produtos como balas, gomas, pastilhas sem açúcar, discos adesivos intraorais, pilocarpina e cevimelina que ajudam a estimular o fluxo salivar. Discussão: A hipossalivação afeta a maioria dos pacientes logo após o TCTH. A intensidade do condicionamento e o tipo de transplante foram indicadores de risco significativos no desenvolvimento de hipossalivação. A hipossalivação é mais frequente nos pacientes com DECHc devido às alterações histopatológicas nas glândulas salivares. Receptores de TCTH mostraram uma taxa de fluxo salivar média significativamente menor que os doadores, com queda da qualidade de vida. Recomenda-se manter uma excelente higiene oral, evitar o consumo excessivo de carboidratos e utilizar substitutos e estimulantes de saliva e géis hidratantes bucais. Conclusão: A hipossalivação é prevalente em receptores de TCTH e impacta negativamente a qualidade de vida dos pacientes. A combinação de tratamentos tópicos, sistêmicos pode proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hipossalivação.