Revista Enfermagem Atual in Derme (Apr 2019)

Desafios e limitações do enfermeiro inerentes à incorporação de novas tecnologias

  • Luísa Perissé,
  • Bárbara Taís Perissé,
  • Caroliny dos Santos Guimarães da Fonseca,
  • Carlos Eduardo Peres Sampaio

DOI
https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.87-n.25-art.208
Journal volume & issue
Vol. 87, no. 25

Abstract

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Há centenas de anos, o enfermeiro é conhecido por ser mais ligado ao cuidado de enfermos que qualquer outra classe profissional e, apesar de ser caracterizada como uma profissão “prática”, sua atuação depende inteiramente do conhecimento técnico científico e aprimoramento profissional constante. Nas últimas décadas, tem-se observado o expressivo avanço de tecnologias, o que impacta de diferentes formas a sociedade, meio ambiente e campo social e econômico. O trabalhador vivenciou a necessidade de adaptar-se a novas situações em seu ambiente de trabalho e a atuação do enfermeiro, especificamente, sofreu intensas e significativas mudanças. O advento das novas tecnologias em saúde, como tudo aquilo que é novo, trouxe também medo e angústia, sentimentos que, na prática de enfermagem, podem repercutir em situações de afastamento do cliente(1). A incorporação de novas tecnologias criou necessidades que vão muito além de aprender a manusear um novo equipamento. Torna-se imprescindível entender seu conceito, para que seja possível avaliar sua necessidade de utilização, identificar o mau funcionamento, proceder com ajustes e regulagem, bem como empregar técnicas de higienização adequadas(2). Para tal, é necessário que o enfermeiro possua disponibilidade para aprender as novas técnicas e utilizá-las a seu favor no cuidado(1). Confrontados com tais demandas, esses profissionais podem apresentar respostas sintetizadas em duas categorias: aqueles que não querem dominar a tecnologia e os que superam seus receios e se interessam em adquirir novos conhecimentos. Para estes, o principal processo é o enfrentamento do natural estranhamento concomitante à utilização de meios para adquirir o entendimento necessário à utilização dos novos equipamentos e métodos(1). Para o primeiro grupo, há de se considerar que o medo e a consequente resistência aos novos aparatos podem influenciar negativamente na assistência, no sentido de privar o paciente de instrumentos e mecanismos que poderiam ser essenciais ao cuidado e recuperação do paciente. Além do desafio de enfrentar seus receios para lidar com o novo e desconhecido, as equipes de enfermagem precisam cuidar-se de outros fatores importantíssimos: o fato de o desenvolvimento tecnológico estar atrelado, muitas vezes, a organizações de trabalho e produção que impulsionam, enfaticamente, a atividade para a melhoria da relação custo-eficiência-benefício, tornando as relações enfermeiro-paciente pouco humanas(2) e também ao fato de que o uso irracional de tecnologias pode ser mais prejudicial do que benéfico. Em situações como o parto(3), e muitas outras, quando não se priorizam as tecnologias apropriadas e estritamente necessárias, pode-se ferir o princípio de não maleficência e causar transtornos irreversíveis ao paciente. Considerando as dificuldades apresentadas e que uma das atribuições do enfermeiro é garantir uma assistência segura e de qualidade, torna-se imperioso que esse profissional esteja apto à adoção de técnicas que permitam n