Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (Oct 2021)
Efeitos psicofisiológicos da utilização da máscara de algodão em um teste progressivo máximo
Abstract
Desde o aparecimento do vírus SARS-CoV2 e sua consequente disseminação mundial, diversas medidas foram tomadas para diminuir a contaminação, dentre elas a utilização de máscaras. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos psicofisiológicos da utilização da máscara de algodão Tricoline durante a realização de um teste progressivo máximo. Foi desenvolvido um estudo com design experimental cruzado com amostra composta por 13 homens, com idade de 33 ± 5,8 anos. Foi aplicado o Teste de vai e vem de Leger, Escala de Percepção Subjetiva do Esforço de Borg. A frequência cardíaca foi registrada através de um cardiofrequencímetro da marca Garmin®. O ponto de deflexão da frequência cardíaca (FCdef) e sua velocidade associada (Vdef) foi calculada através do método Dmax.. Para análise dos dados foi utilizado o software IBM SPSS Statistics 20. Para observação da concordância dos testes com e sem a utilização da máscara de proteção, foram gerados os gráficos de Bland, Altman. p<0,05 foi considerado significativo. As diferenças dos testes para variáveis "FCdef" e "Vdef" apresentaram um valor médio de -0,76 bpm e 0,10 Km/h respectivamente, indicando uma discordância praticamente nula. Já para as variáveis Tteste e PSE as diferenças foram 20s e -0,41 respectivamente, indicando uma provável discordância dos testes. Os resultados demonstram que a utilização da máscara de proteção na prática do exercício físico parece não afetar os mecanismos fisiológicos, no entanto, ao influenciar diretamente os mecanismos de regulação da percepção subjetiva de esforço, pode antecipar prematuramente a duração de um esforço máximo ou submáximo.