Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Apr 2005)

Prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B em gestantes atendidas em ambulatório de pré-natal Prevalence of group B Streptococcus in pregnant women from a prenatal care center

  • Adriane Pogere,
  • Cássia Maria Zoccoli,
  • Nina Reiko Tobouti,
  • Paulo Fontoura Freitas,
  • Armando José d'Acampora,
  • João Nilson Zunino

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032005000400003
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 4
pp. 174 – 180

Abstract

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OBJETIVO: verificar a prevalência de estreptococo do grupo B (EGB) em gestantes no terceiro trimestre da gravidez e explorar os fatores potencialmente associados à colonização. MÉTODOS: uma amostra de 273 gestantes no terceiro trimestre da gravidez, provenientes do ambulatório de pré-natal do Hospital Universitário do Sul do Brasil, foi investigada. Culturas de amostra vaginal e anorretal foram obtidas e inoculadas em meio seletivo de Todd-Hewitt suplementado com 10 µg/ml de colistina e 15 µg/ml de ácido nalidíxico e posteriormente subcultivadas em ágar sangue de carneiro desfibrinado. Todas as colônias suspeitas foram submetidas ao teste de aglutinação para detecção do antígeno específico do grupo B. O teste de Camp foi utilizado para identificação do EGB das variedades não hemolíticas. Analisaram-se também os dados demográficos, socioeconômicos, reprodutivos e clínico-obstétricos. A razão de prevalência (RP) foi utilizada como medida de risco. Considerou-se como significante o intervalo de confiança no nível de 95% (alfa=0,05). RESULTADOS: a prevalência de colonização pelo EGB foi de 21,6% (59), sendo que 9,9% (27) das gestantes tiveram positividade em ambos os sítios, 6,95% (19) foram positivas somente no sítio vaginal e 4,75% (13) da amostra tiveram positividade apenas no sítio anal. A prevalência de EGB foi ligeiramente mais alta nas gestantes com idade inferior a 20 anos, naquelas com menor escolaridade e nas gestantes primíparas, e o dobro entre aquelas que não relataram aborto espontâneo, porém sem significância estatística. Não foi encontrada diferença na prevalência de EGB de acordo com história de doenças sexualmente transmissíveis e tabagismo. Quando os dados foram analisados conjuntamente, os fatores detectados como potencialmente associados à colonização pelo EGB foram: primíparas com mais de 30 anos (RP=1,55) e mulheres com mais de um parceiro sexual e freqüência de atividade sexual aumentada (55,6 vs 20,5%; pPURPOSE: to determine the prevalence of group B Streptococcus (GBS) in pregnant women in the third trimester of pregnancy and explore the factors potentially associated with colonization. METHODS: a sample of 273 pregnant women in the third trimester of pregnancy, from the prenatal care center in Southern Brasil, was investigated. Vaginal and anorectal samples were collected and innoculated in Todd-Hewitt selective broth supplemented with 10 µg/mL colistin and 15 µg/mL nalidixic acid and afterwards cultured on defibrinated sheep blood agar plates. All suspected colonies were submitted to the agglutination test for detection of the specific group B antigen. The Camp test was used for GBS identification in non-hemolytic varieties. Demographic, socioeconomic, reproductive, and clinico-obstetric data were also analyzed. Prevalence ratio (PR) was used as risk measurement. Confidence interval was considered significant at the level of 95% (alpha=0.05). RESULTS: prevalence of Streptococcus (GBS) colonization amounted to 21.6% (59), 9.9% (27) of pregnant women showing positivity in both sites; vaginal site colonization was found in 6.95% (19) of the women and 4.75% (13) of the samples showed positivity only in the anal site. GBS prevalence was slightly higher in pregnant women under 20 years, in those with less schooling and in primiparae and was twice as high among those who did not reported spontaneous abortion, but with no statistical significance. No difference was found in GBS prevalence according to the history of sexually transmittted diseases and tabagism. When analyzed together, the factors detected as potentially associated with colonization by GBS were: primiparae over 30 years (PR=1.55) and women with more than one sexual partner and increased frequency of sexual activity (p<0.05) (55,6 vs 20.5%; p<0.05). No difference regarding prevalence was found to exist in relation to the history of sexually transmitted diseases, previous spontaneous abortion and tabagism. CONCLUSION: these results confirm the need for routine collection for GBS culture from both sites (vaginal and anal) in all pregnant women in the third trimester of pregnancy.

Keywords