Boletim de Pesquisa NELIC (Dec 2013)

Quixotada linguística: para além da bravura e das estabilidades, invenções dos que não podem correr

  • Miguel Angel Schmitt Rodriguez

DOI
https://doi.org/10.5007/1984-784X.2013v13n20p112
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 20

Abstract

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Dom Quixote constituiu-se como um clás­sico da lite­ratura ocidental através das in­terpretações ca­nônicas que enfati­zaram as qualidades pedagó­gicas que as aventuras do herói cervantino possi­bili­tam ao leitor. No presente artigo, entretanto, busca-se pensar tal texto para além dos ensina­men­tos humanistas que a tradição procurou des­tacar. Insinua-se, por exemplo, que a morte de Deus anunciada por Nietzsche po­deria guar­dar relações íntimas com os disparates qui­xotes­cos. Busca-se, ademais, enfati­zar a presença de uma escritura que des­taca a instabilidade dos signi­ficantes e que apontaria para uma prática de ope­ra­ção sobe­rana ou de experiência inte­rior tal qual sugerida por Georges Bataille.