Lumina (Jun 2009)
Realismo e cinema de ficção científica: equilíbrio delicado
Abstract
Discutir como alguns filmes de ficção científica lidam com algum tipo de realismo, tanto no nível da forma quanto no de conteúdo, demonstrando que tal operação pode ser fundamental para o sucesso do gênero. Autores como Darko Suvin (Metamorphoses of Science Fiction) ou Christine Brooke-Rose (The Rethoric of the Unreal) consideram o realismo um fator de equilíbrio no contexto da literatura fantástica ou de ficção científica. A mesma abordagem poderia ser aplicada à crítica cinematográfica, com algumas adaptações. Para ilustrar esse debate, serão examinados filmes de ficção científica internacionais como A Mulher na Lua (1929), de Fritz Lang, Destination Moon (1950), de Irving Pichel, La Jetée (1962), de Chris Marker, Stalker (1979), de Andrei Tarkowsky, e finalmente Filhos da Esperança (2006), de Alfonso Cuarón, filme contemporâneo no qual reverberam, anacronicamente, pensamentos do crítico francês André Bazin sobre o realismo cinematográfico. Comparam-se diferentes manifestações de realismo no cinema de ficção científica, do filme de efeitos especiais, semi-documental e com ampla inspiração em teorias científicas, até um cinema de FC mais sutil em termos de apuro técnico, orientado pela criação de uma “atmosfera” realista. Com isso, pretende-se traçar um esboço preliminar de uma taxonomia do realismo no cinema de ficção científica.
Keywords