Revista Portuguesa de Cardiologia (Apr 2022)

Rescue percutaneous repair of ischemic acute severe mitral regurgitation

  • Cláudio Guerreiro,
  • Bruno Melica,
  • Ana Raquel Barbosa,
  • Adelaide Dias,
  • José Ribeiro,
  • Daniel Caeiro,
  • Pedro Braga

Journal volume & issue
Vol. 41, no. 4
pp. 349.e1 – 349.e6

Abstract

Read online

Acute severe mitral regurgitation (MR) because of secondary left ventricular impaired regional contractility can present with severe acute heart failure, associated with a high risk for rapid decompensation, pulmonary edema and cardiogenic shock. Frequently, in these highly unstable patients, surgical risk can be prohibitive. Evidence for percutaneous repair of acute MR is scarce, but a few case series show that this approach could be safe and effective for bailing out hemodynamically unstable patients.We report a case of an 84-year-old man with acute ischemic severe MR post-acute myocardial infarction (MI), who remained hemodynamically unstable despite coronary revascularization, positive pressure non-invasive ventilation, vasodilator therapy and intra-aortic balloon pump (IABP) support. In heart team discussions, he was considered a high risk surgical candidate. We decided on rescue off-label percutaneous mitral valve repair with a MitraClip device (Abbott Vascular, Santa Clara, California), with good clinical result, allowing weaning from the supports and discharge seven days after the procedure. At one-year follow-up, the patient maintained a MV repair results and had a good functional status. In unstable patients with acute ischemic MR, percutaneous MV repair could be a rescue therapeutic option to consider, allowing hemodynamic compensation with potential persistent MR improvement up to one-year follow-up. Resumo: A insuficiência mitral (IM) aguda grave causada por alterações isquémicas secundárias loco-regionais do ventrículo esquerdo associa-se a elevado risco de descompensação hemodinâmica com edema pulmonar e choque cardiogénico. Frequentemente, nestes doentes instáveis, o risco cirúrgico pode ser proibitivo. É escassa a evidência existente relativamente à abordagem percutânea da IM aguda neste contexto, existindo apenas algumas séries de casos que parecem mostrar segurança e eficácia no resgate de doentes instáveis.Reportamos o caso de um doente de 84 anos, género masculino, com IM aguda grave isquémica após enfarte agudo do miocárdio, que permaneceu com instabilidade hemodinâmica apesar de revascularização coronária, ventilação não invasiva com pressão positiva, terapêutica com vasodilatadores e suporte de balão intra-aórtico. Após discussão em reunião de Heart Team, o doente foi considerado de elevado risco cirúrgico, tendo sido orientado para tratamento percutâneo da válvula mitral com dispositivo MitraClip. O procedimento decorreu sem intercorrências imediatas, permitindo redução com critérios de sucesso da IM. A melhoria do perfil hemodinâmico com a correção percutânea da IM permitiu rápido desmame da terapêutica de suporte em curso, com evolução clínica favorável subsequente e alta ao sétimo dia após procedimento. No seguimento clínico e ecocardiográfico a um ano verificou-se a persistência do resultado do tratamento percutâneo da IM e o doente apresentava boa capacidade funcional.Em pacientes instáveis com MR isquémica aguda, a reparação percutânea da VM poderia ser uma opção terapêutica de salvamento a considerar, permitindo uma compensação hemodinâmica com potencial melhoria persistente da MR até 1 ano de seguimento.

Keywords