E&S Engineering and Science (Sep 2024)

Benefícios microclimáticos e de conforto térmico proporcionado pela vegetação arbórea na região tombada do Centro Histórico

  • Gustavo Magalhães Morais de Souza,
  • Ivan Julio Apolonio Callejas,
  • Luciane Cleonice Durante,
  • Karyna de Andrade Carvalho Rosseti,
  • Gabriela Kehrwald Nunes,
  • Luciana Pelaes Mascaro,
  • Jakson Paulo Bonaldo

DOI
https://doi.org/10.18607/ES20241316849
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 2

Abstract

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A vegetação confere beleza à paisagem urbana e pode trazer benefícios para o conforto térmico e bem-estar das pessoas em regiões onde a temperatura é elevada. Este estudo se desenvolve no Centro Histórico de Cuiabá/MT, região de clima tropical continental, tombado em nível nacional e cuja configuração urbana se caracteriza por ruas e calçadas estreitas, o que limita a adoção de vegetação arbórea. Esta pesquisa objetiva avaliar os impactos no microclima e no conforto térmico dos pedestres decorrentes da simulação de implantação de vegetação arbórea na região do Centro Histórico de Cuiabá/MT. Empregou-se uma abordagem baseada em simulações computacionais utilizando o software ENVI-met, no qual a região foi modelada com a atual (9%) e com uma taxa de arborização projetada (20%), focando em analisar as variáveis ambientais de temperatura, umidade e velocidade do ar e temperatura radiante, nas calçadas e vias. No cenário projetado com maior quantidade de vegetação arbórea ocorreu elevação na temperatura do ar e redução da umidade relativa do ar no horário mais crítico do dia (14h). Por sua vez, devido ao efeito de reflexão e sombreamento proporcionado pelas folhas das copas, houve redução da temperatura média radiante e na velocidade do ar. Como consequência, o impacto na sensação térmica se deu mais sob as copas e com pouca extensividade ao redor dos espécimes arbóreos. Desta forma, um adequado posicionamento e espaçamento da arborização nas vias devem ser considerados ao se pensar a ambiência térmica dos pedestres dentro do centro histórico. Diante dos achados, aponta-se para debate sobre a perda da arborização existente nos espaços públicos e privados, a reflorestação e a conservação do patrimônio no perímetro de tombamento, cujas temáticas se caracterizam por serem inerentemente interligadas, devendo assim serem abordadas de forma coletiva.