Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

FREQUÊNCIA FENOTÍPICA DO GRUPO SANGUÍNEO KELL EM DOADORES DE SANGUE DO BANCO DE SANGUE DE SÃO PAULO (GRUPO GSH)

  • AP Sessin,
  • RA Bento,
  • JAD Santos,
  • DE Rossetto,
  • E Pereira,
  • APC Rodrigues,
  • ACA Pitol

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S877 – S878

Abstract

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Objetivo: Estudo retrospectivo para determinar o perfil fenotípico do grupo sanguíneo Kell em doadores do Banco de Sangue São Paulo (Grupo GSH) no período de janeiro a dezembro de 2022. Material e métodos: Foram avaliadas as frequências do grupo sanguíneo Kell em doadores de sangue imunofenotipados pelo Laboratório de Referência de São Paulo. Os doadores foram considerados aptos, após triagem clínica e hematológica, de acordo com os requisitos estabelecidos pela legislação atual. A imunofenotipagem eritrocitária é realizada pelo Laboratório de Referência de rotina para os antígenos dos grupos sanguíneos ABO, Rh (D, C, c, E, e), Kell (K,) neste trabalho foram analisados somente os antígenos do grupo sanguíneo Kell. Os testes são executados pela metodologia da microplaca e os dados são liberados pelo equipamento Immucor Fresenius Kabi (NEO). Caso ocorra alguma falha no equipamento o resultado não é liberado, portanto a imunofenotipagem, é realizada por outras metodologias como a aglutinação em coluna gel teste (cartão) ou em tubo. Após a liberação dos testes os resultados são enviados e armazenados em um sistema informatizado de banco de dados utilizado pelo Banco de Sangue (Grupo GSH). Resultados: No ano de 2022 houve, no Banco de Sangue São Paulo, 72.431 doações, sendo realizado fenotipagem para o antígeno Kell em 100% das unidades coletadas, tendo encontrado a presença do antígeno Kell em 747 doações, o que corresponde a 1% das unidades coletadas. Foi realizada uma avaliação quanto a prevalência da presença do antígeno Kell em relação ao gênero dos doadores, e foi obtido um resultado de 380 amostras (51%) positivas para a pesquisa do antígeno Kell para pessoas do sexo feminino e 367 amostras (49%) em pessoas do sexo masculino (49%). Em relação à presença do antígeno Kell quanto à tipagem ABO, foi encontrado 287 amostras (38,6%) para doações com a tipagem A, 26 para doações (3,4%) com a tipagem AB, 90 para doações (12%) com a tipagem B e 344 amostras (46%) para a tipagem O. Quando realizada avaliação de positividade do antígeno Kell em relação à tipagem Rh(D) foram obtidos os seguintes resultados: 656 amostras (88%) tinham Kell em doações Rh(D) positivo e 91 amostras (12%) contendo antígeno Kell em doações Rh(D) negativo. Conclusão: Acreditamos que os resultados possam ser úteis, pois o antígeno Kell possui importância transfusional, e pode causar reação hemolítica tardia e doença hemolítica perinatal, sua identificação prévia se faz necessária nos doadores de sangue, evitando a transfusão e sensibilização em pacientes K negativos. De acordo com a legislação atual a imunofenotipagem para Kell, não é obrigatória, mas é indicado que os serviços de Hemoterapia tornem prioritário em pacientes em transfusão crônica (politransfundidos), em bebês e crianças do sexo feminino e mulheres em idade fértil para que a ocorra a seleção correta de bolsas K positivas, prevenindo a aloimunização e aperfeiçoando e agregando segurança a prática da medicina transfusional no Brasil.