Revista Katálysis (Jun 2008)

Contribuição à crítica da 'economia solidária' Contribution to a criticism of 'solidarity economics'

  • Henrique André Ramos Wellen

Journal volume & issue
Vol. 11, no. 1
pp. 105 – 115

Abstract

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Neste ensaio, procura-se problematizar algumas premissas sobre a 'economia solidária' a partir de dois movimentos centrais: a transmutação do valor de troca em solidariedade e a transformação de qualidades solidárias em mercadorias. O primeiro ponto remete ao fato da 'economia solidária' preconizar o uso do capital como uma escolha individual, promovendo uma visão mistificadora da atual fase do capitalismo. Nesta perspectiva, as vontades das pessoas são tratadas como independentes das determinações do capital, apelando-se a elas para que façam uso solidário do seu capital particular e ampliem, dessa forma, o projeto em questão. Posteriormente, com base em leitura crítica da tese de que essas organizações dispõem de autênticas qualidades subjetivas e que estas representam vantagens competitivas frente às empresas capitalistas, aponta-se para a mistificação do uso da solidariedade como diferencial competitivo. Essas posturas são tratadas como formas ideológicas e enganosas que servem para intensificar processos de alienação humana.This essay analyzes some concepts about 'solidarity economics' based on two principal movements: the transmutation of exchange value into solidarity and the transformation of solidarity into a commodity. The first point relates to the fact that 'solidarity economics' sees the use of capital as an individual choice, promoting a mystifying vision of the current phase of capitalism. From this perspective, individual will is treated as independent of the determinations of capital. Appeals are made to individuals to use their private capital in a solidarity manner and thus expand the project in question. Based on a critical reading of the thesis that these organizations have authentic subjective qualities that represent competitive advantages in relation to capitalist companies, the mystification of the use of solidarity as a competitive distinction is indicated. These positions are considered to be ideological and misleading forms that serve to intensify human alienation.

Keywords