Cadernos de Saúde Pública (Jun 2002)

Similarities in mortality patterns from influenza in the first half of the 20th century and the rise and fall of ischemic heart disease in the United States: a new hypothesis concerning the coronary heart disease epidemic Semelhanças entre o padrão de mortalidade por influenza na primeira metade do século XX e o padrão de mortalidade por doença isquêmica do coração no transcorrer do século, nos Estados Unidos: uma nova hipótese para a epidemia de cardiopatia isquêmica

  • Maria Inês Reinert Azambuja,
  • Bruce B. Duncan

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2002000300002
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 3
pp. 557 – 577

Abstract

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The classic risk factors for developing coronary heart disease (CHD) explain less than 50% of the decrease in mortality observed since 1950. The transition currently under way, from the degenerative to the infectious-inflammatory paradigm, requires a new causal interpretation of temporal trends. The following is an ecological study based on data from the United States showing that in men and women an association between the age distribution of mortality due to influenza and pneumonia (I&P) associated with the influenza pandemic in 1918-1919 in the 10-49-year age bracket and the distribution of CHD mortality from 1920 to 1985 in survivors from the corresponding birth cohorts. It further shows a significant negative correlation (r = -0.68, p = 0.042) between excess mortality from I&P accumulated in epidemics from 1931 to 1940 (used as indicator for persistent circulation of H1N1 virus combined with vulnerability to infection) and the order of the beginning in the decline in CHD mortality in nine geographic divisions in the United States. In light of current biological knowledge, the data suggest that the 1918 influenza pandemic and the subsequent epidemics up to 1957 might have played a determinant role in the epidemic of CHD mortality registered in the 20th century.Os fatores de risco clássicos para o desenvolvimento de doença isquêmica do coração (DIC) explicam menos de 50% da queda na mortalidade observada desde 1950. A transição em curso, do paradigma degenerativo para o inflamatório/infeccioso, requer nova interpretação causal das tendências temporais. Este é um estudo ecológico, baseado em dados dos Estados Unidos, que mostra, em homens e mulheres, uma associação entre a distribuição etária da mortalidade por influenza e pneumonia (I&P) associada à pandemia de influenza de 1918-1919 na faixa dos 10 aos 49 anos e a distribuição da mortalidade por DIC, entre 1920 e 1985, em sobreviventes das coortes de nascimento correspondentes. Mostra ainda uma correlação negativa significativa (r = -0,68, p = 0,042) entre o excesso de mortalidade por I&P acumulado em epidemias entre 1931-1940 (utilizado como indicador da persistência da circulação de vírus H1N1 aliada à vulnerabilidade à infecção) e a ordem do início do declínio na mortalidade por DIC, em nove divisões geográficas dos Estados Unidos. Os dados sugerem, à luz do conhecimento biológico atual, que a pandemia de influenza de 1918 e as que se seguiram até 1957, pudesse ter tido papel determinante na epidemia de mortalidade por DIC registrada no século XX.

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