Pubvet (Jul 2018)
Carcinoma de células escamosas em felino: relato de caso
Abstract
O carcinoma de células escamosas (CCEs), também conhecido como carcinoma espinocelular, carcinoma escamocelular ou carcinoma epidermóide, é uma neoplasia maligna cutânea que aparece frequentemente nos felinos, apresentando nesta espécie um comportamento distinto das demais espécies. A exposição prolongada à luz ultravioleta (UV) parece ser um dos fatores etiológicos da enfermidade, assim como as áreas hipopigmentadas e com pouco pêlos são as mais afetadas. A coloração da pelagem é um dos fatores predisponentes, sabe-se que os gatos de pelagem branca são mais propensos a apresentar a doença quando comparado aos pigmentados. Em relação a localização, a maioria das lesões são observadas na cabeça e mais frequentemente no plano nasal, seguida pelas aurículas e pálpebras, e podem se apresentar de formas variadas como proliferativa ou erosiva. A suspeita diagnóstica vem através do histórico e das características clínicas das lesões, mas para definição diagnóstica o exame citológico e histopatológico se faz necessário. A precocidade no diagnóstico tem efeito fundamental no prognóstico. Existem várias modalidades de tratamento para o carcinoma de células escamosas, incluindo cirurgia, radiação ionizante, quimioterapia, terapia fotodinâmica, eletroquimioterapia e criocirurgia. A criocirurgia consiste no uso controlado de baixas temperaturas com o objetivo de induzir morte celular. Objetivou-se com este trabalho relatar dois casos de felinos diagnosticados com carcinoma de células escamosas tratados com protocolos diferentes. O animal 1, é um felino, sem raça definida, macho, com 10 anos de idade, apresentando lesão ulcerativa no plano nasal há aproximadamente 6 meses, atendido na Clínica Veterinária em Olinda- PE. O diagnóstico foi realizado através de um exame citológico, identificando o carcinoma de células escamosas. O tratamento estabelecido foi a criocirurgia, porém o animal não obteve resposta favorável ao tratamento, provavelmente pela demora na procura de assistência veterinária, o que atrasou o diagnóstico e consequentemente agravou a lesão neoplásica tornando-a de difícil tratamento. O animal foi submetido a eutanásia após agravamento do seu estado clínico, 2 meses após ter iniciado o tratamento. O animal 2, é um felino, sem raça definida, fêmea, com 14 anos de idade, apresentando lesão ulcerativa na orelha esquerda. O diagnóstico foi realizado através da citologia e do histopatológico. O tratamento estabelecido foi a cirurgia. Até o presente momento o animal não apresentou nenhuma complicação.
Keywords