História, Ciências, Saúde: Manguinhos (Dec 2010)

O degenerado The degenerate

  • Octavio Domont de Serpa Jr.

DOI
https://doi.org/10.1590/S0104-59702010000600011
Journal volume & issue
Vol. 17
pp. 447 – 473

Abstract

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Apresenta a emergência da teoria da degenerescência na obra de Benedict-Augustin Morel situando-a no ambiente científico e cultural de sua época e enfatizando o papel das noções de hereditariedade e meio na sua fundamentação e a sua relação com o saber psiquiátrico na medicina mental francesa da metade do século XIX. Analisa os desdobramentos dessa teoria, enfatizando a obra de Valentin Magnan, que culmina na progressiva transição da noção de 'degenerescência' para a de 'degenerado'. Abordam-se os conceitos de desequilíbrio e constituição, na psiquiatria francesa, e endogenicidade, na psiquiatria alemã, como herdeiros da degenerescência na psiquiatria do século XX, assim como a apropriação neolamarckista desse debate no cenário brasileiro.The article discusses the theory of degeneration as presented in the works of Benedict-Augustin Morel, situating it within the scientific and cultural context of its day. It underscores the roles played by the notions of heredity and environment in grounding this theory and how it related to the mid-nineteenth century French understanding of psychiatric medicine. It also explores the ramifications of this theory, particularly the works of Valentin Magnan, with the ultimate progressive transition from the notion of degeneration to that of degenerate. Other points of analysis include French psychiatry's concepts of imbalance and constitution and German psychiatry's concept of endogeneity as heirs to degeneration in twentieth-century psychiatry, as well as the Neo-Lamarckian appropriation of this debate in Brazil.

Keywords