Revista Estudos Feministas (Dec 2011)

O músculo estraga a mulher? a produção de feminilidades no fisiculturismo Does the muscle damage a woman? The production of femininities in bodybuilding

  • Angelita Alice Jaeger,
  • Silvana Vilodre Goellner

DOI
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000300016
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 3
pp. 955 – 976

Abstract

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Este texto analisa a relação entre a potencialização muscular e as representações de feminilidade que circulam em uma modalidade esportiva específica: o fisiculturismo. Ancora-se nos estudos culturais e em vertentes do feminismo pós-estruturalista, estabelecendo um diálogo com a teorização de Michel Foucault. As análises indicam que no esporte há um investimento para que as atletas preservem atributos culturalmente relacionados a uma representação de feminilidade normalizada. No entanto, essa recomendação não as interpela da mesma forma: algumas são capturadas por esse discurso, outras reagem e resistem indicando que uma arquitetura corporal muscularmente potencializada não estraga a mulher. Ao contrário, mostra-se como outra feminilidade, tencionando, portanto, as representações binárias de gênero.This paper analyzes the relationship between muscle potentiation and representations of femininity involved in bodybuilding. It is anchored in cultural studies and aspects of the poststructuralist feminism establishing a dialogue with the theories of Michel Foucault. The results of the analysis indicate that there is an investment in bodybuilding so that the female athletes preserve cultural attributes related to a normalized representation of femininity. However, this recommendation does not reach all the female athletes the same way. Some of them are caught by this speech, others react and resist indicating that a muscularly potentiated body architecture does not ruin the woman. On the contrary, it is seen as another femininity which questions, therefore, the binary representations of gender.

Keywords