Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Aug 2009)

Associação do índice de massa corporal e da resistência à insulina com síndrome metabólica em crianças brasileiras Asociación del índice de masa corporal y de la resistencia a la insulina con síndrome metabólico en niños brasileños Association of body mass index and insulin resistance with metabolic syndrome in Brazilian children

  • Aparecido Pimentel Ferreira,
  • Otávio de Tolêdo Nóbrega,
  • Nancí Maria de França

DOI
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2009000800013
Journal volume & issue
Vol. 93, no. 2
pp. 147 – 153

Abstract

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FUNDAMENTO: O agrupamento de fatores de risco cardiovasculares, chamado de síndrome metabólica, ocorre em crianças e adultos. A resistência à insulina e a obesidade são partes usuais do quadro, mas seu efeito conjunto no aparecimento da síndrome permanece algo controverso. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi examinar a relação do índice de massa corporal (IMC) e resistência à insulina com a síndrome metabólica (SM) em crianças. MÉTODOS: Estudamos 109 crianças, 55 meninos e 54 meninas, entre 7 e 11 anos de idade (55 obesos, 23 com sobrepeso e 31 controles). A classificação do peso de cada criança foi baseada na razão IMC/idade. Glicose, HDL, triglicérides e insulina foram medidos em amostras de jejum. A pressão arterial foi medida duas vezes. A síndrome metabólica foi definida conforme os critérios do NCEP ATP III. RESULTADOS: O diagnóstico de SM foi encontrado somente em crianças obesas. A maior frequência de SM e de muitos de seus componentes foi encontrada em crianças classificadas acima do terceiro quartil do índice HOMA-IR, que é consistente com uma associação entre resistência à insulina e fatores de risco cardiovascular em crianças brasileiras. CONCLUSÃO: O presente estudo mostra que a obesidade e a resistência à insulina provavelmente têm um papel no desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular em crianças, considerando que a prevalência dos fatores de risco clássicos era maior nos percentis mais altos de IMC e HOMA-IR.FUNDAMENTO: El agrupamiento de factores de riesgo cardiovasculares, llamado de síndrome metabólico, ocurre en niños y adultos. La resistencia a la insulina y la obesidad son partes usuales del cuadro, sin embargo su efecto conjunto en el surgimiento del síndrome permanece aún controvertido. OBJETIVO: El objetivo del presente estudio fue examinar la relación del índice de masa corporal (IMC) y resistencia a la insulina con el síndrome metabólico (SM) en niños y niñas. MÉTODOS: Estudiamos a 109 niños, 55 niños y 54 niñas, entre 7 y 11 años de edad (55 obesos, 23 con sobrepeso y 31 controles). La clasificación del peso de cada niño se basó en la razón IMC/edad. Glucosa, HDL, triglicéridos e insulina se midieron en muestras de ayuno. La presión arterial se midió dos veces. El síndrome metabólico se definió según los criterios del NCEP ATP III. RESULTADOS: El diagnóstico de SM se encontró solamente en niñas y niños obesos. La mayor frecuencia de SM y de muchos de sus componentes se encontró en niños clasificados por arriba del tercero cuartil del índice HOMA-IR, que es consistente con una asociación entre resistencia a la insulina y factores de riesgo cardiovascular en niños brasileños. CONCLUSIÓN: El presente estudio revela que la obesidad y la resistencia a la insulina probablemente juegan un rol en el desarrollo de factores de riesgo cardiovascular en niños, al considerar que la prevalencia de los factores de riesgo clásicos era mayor en los percentiles más altos de IMC y HOMA-IR.BACKGROUND: The clustering of cardiovascular risk factors called metabolic syndrome occurs in both children and adults. Insulin resistance and obesity are usual parts of the picture, but their joint effects on the onset of the syndrome remains somewhat debatable. OBJECTIVE: The purpose of the current study was to examine the relationship of the body mass index (BMI) and insulin resistance with the metabolic syndrome (MS) in children. METHODS: We studied 109 children, 55 boys and 54 girls, between 7 and 11 years of age (55 obese, 23 overweight and 31 controls). The weight status of each child was defined based on BMI/age ratio. Blood glucose, HDL, triglycerides and insulin were measured using fasting samples. Blood pressure was measured twice. The metabolic syndrome was defined according to the NCEP ATP III criteria. RESULTS: The diagnosis of the MS was only found in obese children. The greater frequency of MS and of many of its components have been found in the children classified above the third quartile of the HOMA index, which is consistent with an association between insulin resistance and cardiovascular risk factors among the Brazilian children. CONCLUSION: The present study shows that obesity and insulin resistance are likely to play a role in the development of cardiovascular risk factors in children since the prevalence of classic risk factors was higher in the upper BMI and HOMA percentiles.

Keywords