Revista Brasileira de Geomorfologia (Aug 2012)

DINÂMICA FLUVIAL QUATERNÁRIA DO RIO MARACUJÁ, QUADRILÁTERO FERRÍFERO (MG)

  • Antônio Pereira Magalhães Júnior,
  • Luiz Fernando de Paula Barros,
  • Aline Almeida Raposo,
  • Luis Felipe Soares Cherem

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v13i1.337
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 1

Abstract

Read online

Este artigo identifica e data por luminescência opticamente estimulada (LOE) os eventos deposicionais do vale do Rio Maracujá a partir da análise dos depósitos aluviais encontrados. Foram descritos 30 depósitos fluviais ao longo do vale, correspondentes a quatro eventos deposicionais distintos. O primeiro evento registrado (N4) corresponde aos depósitos residuais encontrados nas vertentes, a 10m acima do rio atual. O segundo evento (N3) corresponde aos depósitos com base 2,5m acima da atual calha e cerca de 4m de espessura. O terceiro evento deposicional (N2) corresponde aos depósitos argilosos marginais à calha atual que atingem 3m de espessura. O evento deposicional mais recente corresponde à atual planície de inundação (N1), com sedimentos de granulometria predominante silto-arenosa. O aumento da granulometria da carga sedimentar de argilosa para silto-arenosa observada entre o nível deposicional atual (N1) e os níveis mais antigos foi interpretado como resposta à disponibilização de sedimentos oriundos dos processos erosivos acelerados. Essa carga não é totalmente transportada pelo canal, nem mesmo durante as cheias. Assim, o Rio Maracujá, cujas características dos depósitos anteriores evidenciam um canal mais próximo do padrão meandrante, tem se adaptado à grande carga sedimentar se transformando em um canal próximo ao entrelaçado em alguns trechos.

Keywords