Saúde em Debate (May 2020)

Política Nacional de Atenção Básica 2017: implicações no trabalho do Agente Comunitário de Saúde

  • Thais Lacerda e Silva,
  • Amanda Nathale Soares,
  • Gislene Aparecida Lacerda,
  • Juliana Fonseca de Oliveira Mesquita,
  • Danielle Costa Silveira

DOI
https://doi.org/10.1590/0103-1104202012404
Journal volume & issue
Vol. 44, no. 124
pp. 58 – 69

Abstract

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RESUMO A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 propõe alterações na composição e na atuação das equipes, com implicações no trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS). O objetivo deste estudo foi investigar os sentidos que os ACS, atuantes em territórios do Norte de Minas Gerais, imprimem às mudanças propostas pela PNAB e os possíveis desdobramentos para o seu trabalho e para o cuidado à população. Foram realizados oito grupos focais, com participação aproximada de 15 ACS por grupo, no período de julho a dezembro de 2018. Os resultados apontaram distintas implicações da PNAB 2017, que, por um lado, demostram a possibilidade de ampliação do escopo de atuação do ACS com a população residente em áreas rurais e, por outro, revelam uma descaracterização da natureza do seu trabalho educativo, com ameaça à existência da categoria e fragilização dos princípios da universalidade e da integralidade na atenção à saúde da população rural. Há que se discutir as condições e a sobrecarga de trabalho do ACS que atua em área rural e a necessidade de reorganizar o processo de trabalho das equipes da Atenção Primária à Saúde para fazer com que um cuidado mais ampliado e equânime chegue aos domicílios rurais.

Keywords