Saúde e Sociedade (Dec 2019)

Agir educativo-comunicativo na relação de assistentes sociais com familiares e usuários: a integralidade no cuidado em saúde mental

  • Priscila Schacht Cardozo,
  • Fabiane Ferraz,
  • Silvio Yasui,
  • Diego Floriano de Souza,
  • Jacks Soratto

DOI
https://doi.org/10.1590/s0104-12902019190178
Journal volume & issue
Vol. 28, no. 4
pp. 160 – 173

Abstract

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Resumo Este trabalho tem por objetivo provocar reflexões sobre o potencial das relações humanas para o cuidado em saúde mental a partir da articulação entre o agir educativo de Paulo Freire e o agir comunicativo de Jürgen Habermas, propondo um construto teórico denominado “agir educativo-comunicativo” na relação das/dos assistentes sociais com familiares e usuárias/os no processo de trabalho desenvolvido em Centros de Atenção Psicossocial. O construto teórico do agir educativo-comunicativo emergiu de categorias fundamentais, tais como: a escuta, o diálogo, a linguagem, a cultura, a horizontalidade e a educação. Além das categorias que emergem da relação entre Habermas e Freire, é possível acrescentar ainda o cuidado, enquanto categoria também fundamental para o agir educativo-comunicativo. A partir dos preceitos antimanicomiais, o agir educativo-comunicativo tem potencial para fortalecer os vínculos familiares e comunitários enquanto intervenção técnico-operativa do serviço social. Para tanto, faz-se necessária uma intervenção potente de educação permanente em saúde com as/os assistentes sociais, no sentido de fortalecer os princípios antimanicomiais na prática profissional, de ampliar a perspectiva histórica sobre a Reforma Psiquiátrica e de fomentar um conceito de educação que seja emancipadora e, por consequência, antimanicomial, baseada no projeto ético-político da profissão.

Keywords