Jornal de Pediatria (Versão em Português) (Nov 2018)
Clinical and hematological profile in a newborn cohort with hemoglobin SC
Abstract
Objectives: Hemoglobin SC is the second most common variant of sickle‐cell disease worldwide, after hemoglobin SS. The objectives of the study were to describe the clinical and laboratory characteristics of hemoglobin SC disease in children from a newborn screening program and treated at a blood center. Methodology: This study assessed a cohort of 461 infants born between 01/01/1999 and 12/31/2012 and followed‐up until 12/31/2014. Clinical events were expressed as rates for 100 patient‐years, with 95% confidence intervals. Kaplan–Meier survival curves were created. Results: The median age of patients was 9.2 years; 47.5% were female. Mean values of blood tests were: hemoglobin, 10.5 g/dL; reticulocytes, 3.4%; white blood cells, 11.24 × 109/L; platelets, 337.1 × 109/L; and fetal hemoglobin, 6.3%. Clinical events: acute splenic sequestration in 14.8%, blood transfusion 23.4%, overt stroke in 0.2%. The incidence of painful vaso‐occlusive episodes was 51 (48.9–53.4) per 100 patient‐years and that of infections, 62.2 episodes (59.8–64.8) per 100 patient‐years. Transcranial Doppler ultrasonography (n = 71) was normal given the current reference values for SS patients. Hydroxyurea was given to ten children, all of whom improvement of painful crises. Retinopathy was observed in 20.3% of 59 children who underwent ophthalmoscopy. Avascular necrosis was detected in seven of 12 patients evaluated, predominantly in the left femur. Echocardiogram compatible with pulmonary hypertension was recorded in 4.6% of 130 children, with an estimated average systolic pulmonary artery pressure of 33.5 mmHg. The mortality rate from all causes was 4.3%. Conclusions: Clinical severity is variable in SC hemoglobinopathy. Several children have severe manifestations similar to those with SS disease. Resumo: Objetivos: A hemoglobinopatia SC é a segunda variante mais comum da doença falciforme no mundo, após a hemoglobinopatia SS. Os objetivos do estudo foram descrever as características clínicas e laboratoriais da hemoglobinopatia SC em recém‐nascidos diagnosticados por programa de triagem neonatal e encaminhados para acompanhamento em hemocentro. Metodologia: Coorte de 461 recém‐nascidos SC nascidos entre 01/01/1999 e 31/12/2012 e seguidos até 31/12/2014. A incidência de eventos clínicos foi expressa por taxas relativas a 100 pacientes‐ano, com limites de confiança a 95%. Curvas de sobrevida foram construídas segundo Kaplan‐Meier. Resultados: Mediana de idade, 9,2 anos; 47,5%, feminino. Médias dos valores hematológicos: hemoglobina 10,5 g/dL; reticulócitos 3,4%; leucometria 11,24 x 109/L; plaquetometria 337,1x109/L; hemoglobina fetal 6,3%. Eventos clínicos: sequestro esplênico agudo em 14,8%, hemotransfusão 23,4%, AVC isquêmico 0,2%. A incidência de episódios vaso‐oclusivos dolorosos foi de 51 (48,9‐53,4) por 100 pacientes‐ano; a de infecções, 62,2 episódios (59,8‐64,8) por 100 pacientes‐ano. Doppler transcraniano (n = 71) foi normal, se usados os valores de referência de crianças SS. Dez pacientes usaram hidroxiureia, todos com melhoria das crises dolorosas. Retinopatia foi observada em 20,3% das 59 crianças que fizeram fundoscopia. Necrose avascular foi detectada em 7 de 12 pacientes avaliados, com predomínio no fêmur esquerdo. Ecocardiograma compatível com hipertensão pulmonar foi registrado em 4,6% de 130 crianças, com média estimada de 33,5 mm Hg de pressão arterial pulmonar. A taxa de mortalidade por todas as causas foi de 4,3%. Conclusões: A hemoglobinopatia SC tem gravidade variável; várias crianças apresentam manifestações clínicas intensas, semelhantes às da hemoglobinopatia SS. Keywords: Sickle‐cell disease, Hemoglobinopathy SC, Children, Neonatal screening, Survival, Treatment, Palavras‐chave: Doença falciforme, Hemoglobinopatia SC, Criança, Triagem neonatal, Sobrevida, Tratamento