Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

DESAFIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE PNEUMONITE AGUDA E EXANTEMA SÚBITO POR HERPESVÍRUS HUMANO 6 (HHV-6) APÓS TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO PÓS-HEMATOPOIÉTICAS: RELATO DE CASO.

  • FZ Piazera,
  • JVP Neto,
  • LHA Ramos,
  • PP Faust,
  • RS Vasconcelos

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S992 – S993

Abstract

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Introdução: O Herpes Vírus Humano-6 (HHV-6), um membro da família Herpesviridae, é geralmente adquirido entre as idades de 6 e 15 meses, sendo responsável por 20% de todas as febres agudas em crianças entre 6 e 12 meses de idade sendo o agente causador do exantema súbito. O HHV-6 estabelece latência em células hematopoiéticas CD34 positivas, como monócitos, macrófagos, progenitores da medula óssea e células T. A reativação do HHV-6 latente pode ocorrer em condições imunossupressoras. A reativação do HHV-6 em receptores de HSCT varia de assintomático ao desenvolvimento de febre, erupção cutânea, pneumonite, mielossupressão, enxerto tardio, reativação do CMV, condições de risco de vida como doença aguda do enxerto contra o hospedeiro (aGVHD). Materiais e métodos: Relatamos um paciente portador de LNH de alto grau submetido ao TMO autólogo com pneumonite e exantema súbito durante TCTH. Resultados: Paciente 69 anos, portador de Linfoma Difuso de Grandes Celulas B EC IVB- infiltração óssea e profilaxia e SNC de Ann Arbor, IPI de alto risco, FISH para EBV negativo, sorologias negativas sendo tratado inicialmente com R-EPOCH 6 ciclos com RC confirmada pelo PET-SCAN. Permaneceu em remissão por 3 anos, apresentando recaída óssea em úmero com fratura patológica. Realizada Biopsia óssea que confirmou se tratar do subtipo histológico idêntico ao diagnostico. Realizado tratamento de resgate com R-GDP 4 ciclos com RC e consolidação com TCTH autólogo com protocolo BEAM (bendumustina 200 mg/m2/dia, etoposídeo 200 mg/m2/dia, AraC 400 mg/m2/dia, melfalano 140 mg/m2/dia) com infusão de 6×10.6 kg de células CD34+. Apresentou no D+11 febre com calafrios, rash cutâneo cervical e torácico sem correlação com farmacodermia associado tosse seca e dispneia moderada com hipoxemia periférica, já em uso de antibioticoterapia ampliada com cobertura extensa incluindo fungo. Realizada TAC de Tórax pequenas opacidades em vidro fosco com componente consolidativo. Realizado lavado bronco alveolar e pesquisa sérica de galactomana, PCR de CMV, bactérias, fungos, PCR Varicela Zoster, PCR de EBV, PCR de adenovírus e Tuberculose, Pneumocistose que foram negativos. Pesquisa PCR quantitativo de HHV6 sérico 111.320 copias/mL com e no lavado presente. Foi iniciado tratamento com ganciclovir por 15 dias com resolução do quadro pulmonar e PCR de HHV6 indetectável. A recuperação hematológica ocorreu no D+ 15 do transplante, reforçando atraso da recuperação plaquetária que ocorreu no D+ 28 com necessidade transfusional diária. Conclusão: Os receptores de auto-TCTH são geralmente considerados menos suscetíveis à reativação viral do que os receptores de alo-TCTH. A imaturidade imunológica e a falta de células T específicas podem explicar o risco de infecção viral após transplante nesse caso. A replicação do HHV-6 é responsável pela imuno modulação e imunodeficiência do hospedeiro, influenciando a morbidade, mortalidade e infecções bem como atrasos na enxertia.