Tomo (Jul 2015)
Feminino Sagrado, Profano e Científico: impasses nas intervenções genitais femininas
Abstract
O que acontece quando o direito de minorias étnicas e religiosas parece ser incompatível com o direito nacional, os direitos humanos internacionais e os direitos das mulheres? Pensar tal questão é o objetivo deste trabalho, que foca no impasse em torno das Intervenções Genitais Femininas (IGF). Partindo da definição de Mutilação Genital Feminina (MGF), fornecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1997, busca-se analisar a construção do conceito de MGF, assim como o impacto das legislações e das políticas públicas estabelecidas a partir dele. Para tanto, as autoras tomam como caso de estudo a Itália, um dos países com maior índice de MGF. Paralelamente, realizamos uma reflexão acerca das diversas formas de IGF (MGF, Circuncisão Feminina, Cirurgia de Correção de Genitália, Cirurgia ‘Cosmética’ Genital Feminina), com o intuito de compreender o que há (ou não) de violento em cada tipo de IGF.