Anais Brasileiros de Dermatologia (Feb 2012)
Papillary atrophy of the tongue and nutritional status of hospitalized alcoholics Glossite atrófica e estado nutricional de alcoolistas hospitalizados
Abstract
BACKGROUND: Atrophy of the papillae, mucosa, and dorsum of the tongue are considered classical signs of nutritional deficiencies. OBJECTIVE: To assess the nutritional status of hospitalized alcoholics with or without papillary atrophy of the tongue. METHODS: This study was performed with 21 hospitalized alcoholics divided into Atrophic Glossitis Group (n=13) and Normal Tongue Group (n=8). Healthy, non-alcoholic volunteers composed the Control Group (n=8). Anthropometry and bioelectric impedance were performed, and serum vitamins A, E, and B12 were determined. RESULTS: There were no statistical differences in relation to age (46.7±8.7 vs. 46.8±15.8 years) or gender (92.3% vs. 87.5% male), respectively. Control Group volunteers were also paired in relation to age (47.5±3.1 years) and male predominance (62.5%). In relation to hospitalized alcoholics without atrophic lesions of the tongue and Control Group, patients with papillary atrophy showed lower BMI (18.6 ± 2,5 vs 23.8 ± 3.5 vs 26.7 ± 3,6 kg/m² ) and body fat content 7.6 ± 3.5 vs 13.3 ± 6.5 vs 19.5 ± 4,9 kg). When compared with the Control Group, alcoholic patients with or without papillary atrophy of the tongue showed lower values of red blood cells (10.8 ± 2.2 vs 11.8 ± 2.2 vs 14.5 ± 1,6g/dL) and albumin (3.6 ± 0.9 vs 3.6 ± 0.8 vs 4.4 ± 0.2g/dL). The seric levels of vitamins A, E, and B12 were similar amongst the groups. CONCLUSION: Hospitalized alcoholics with papillary atrophy of the tongue had lower BMI and fat body stores than controls, without associated hypovitaminosis.FUNDAMENTOS: A deficiência crônica de nutrientes pode levar à hipotrofia das papilas e da mucosa e do dorso da língua, considerada um sinal clássico de subnutrição protéico-energética. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo é comparar o estado nutricional, incluindo as dosagens dos níveis séricos de vitaminas A, E e B12 em pacientes alcoolistas com ou sem alterações tróficas das papilas linguais. MÉTODOS: O estudo caso-controle incluiu 21 pacientes adultos alcoolistas internados em um hospital universitário. Utilizando-se de um sistema de fotografia da cavidade oral, dois clínicos independentes classificaram os indivíduos alcoolistas de acordo com a presença ou não de alterações tróficas na língua. Foram registrados os dados antropométricos, a composição corporal pela impedância bioelétrica e os exames laboratoriais para avaliação clínica e nutricional, incluindo dosagens das vitaminas A, E e B12. O estudo incluiu ainda voluntários saudáveis, não alcoolistas como Grupo Controle (n=8). A comparação entre os grupos foi feita por ANOYA-F ou pelo teste de Kruskal-Wallis, de acordo com a curva de normalidade dos resultados. Foram considerados significativos diferenças com p < 0,05. RESULTADOS: De acordo com a presença de alterações tróficas nas papilas linguais, os pacientes alcoolistas foram alocados no Grupo Língua Despapilada (n=13) e Grupo Língua Normal (n=8), sem diferença estatística quanto à idade (46,7 ± 8,7 vs 46,8 ± 15,8 anos) e gênero masculino (92,3 vs 87,5%). Os voluntários do Grupo Controle apresentaram 47,5 ±3,1 anos, sendo 62,5% do gênero masculino. Os pacientes alcoolistas com hipotrofia papilar apresentaram menor IMC (18,6 ± 2,5 vs 23,8 ± 3,5 vs 26,7 ± 3,6 kg/m2) e gordura corporal (7,6 ± 3,5 vs 13,3 ± 6,5 vs 19,5 ± 4,9 kg), quando comparados com os demais grupos. Em relação ao Grupo Controle, os alcoolistas apresentaram menores valores de hemoglobina (10,8 ± 2,2 vs 11,8 ± 2,2 vs 14,5 ± 1,6 g/dL) e albumina sérica (3,6 ± 0,9 vs 3,6 ± 0,8 vs 4,4 ± 0,2 g/dL). Os níveis plasmáticos de vitaminas A, E e B12 foram similares entres os grupos. CONCLUSÃO: Os pacientes alcoolistas com achados físicos de hipotrofia de papilas linguais apresentam menores valores em medidas antropométricas, de hemoglobina e albumina séricas que os grupos Controle ou de alcoolistas sem língua despapilada. Não houve evidências de hipovitaminoses associadas.
Keywords