REME: Revista Mineira de Enfermagem (Dec 2022)

A saúde mental dos adolescentes brasileiros

  • Juliana Teixeira Antunes,
  • Érica Dumont-Pena,
  • Alanna Gomes da Silva,
  • Cristiane dos Santos Moutinho,
  • Maria Lucia França Pontes Vieira,
  • Deborah Carvalho Malta

DOI
https://doi.org/10.35699/2316-9389.2022.38984
Journal volume & issue
Vol. 26

Abstract

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Objetivo: descrever as prevalências dos indicadores de saúde mental entre os escolares brasileiros. Método: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019. Estimou-se as prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC95%) dos indicadores de saúde mental dos adolescentes brasileiros de 13 a 17 anos, segundo idade, sexo, dependência administrativa da escola e Unidade da Federação. Resultados: dos 125.123 escolares de 13 a 17 anos investigados, 4,0% (IC95% 3,7-4,3) mencionaram que não tinham amigos próximos; 50,6% (IC95% 49,8-51,4) sentiram-se preocupados com as coisas comuns do dia a dia; 31,4% sentiram-se tristes na maioria das vezes ou sempre; 30,0% (IC95% 29,4 - 30,6) achavam que ninguém se preocupava com eles; 40,9% (IC95% 40,2 - 41,5) ficaram irritados, nervosos ou mal-humorados; 21,4% (IC95% 20,9 - 22,0) sentiam que a vida não vale a pena ser vivida; e 17,7% (IC95% 17,2 - 18,2) apresentou autoavaliação em saúde mental negativa. A maioria desses indicadores foram mais frequentes em escolares de 16 e 17 anos, no sexo feminino e em escolas públicas. Conclusão: evidenciou-se o aumento do sofrimento mental entre os adolescentes brasileiros pelos indicadores de saúde mental da PeNSE edição 2019. Os resultados revelaram relações de desigualdades estruturais de gênero e classe social. É necessário maior investimento em políticas públicas a fim de diminuir as consequências do sofrimento mental entre os adolescentes brasileiros.

Keywords