Revista de Saúde Pública (Aug 2006)

Central obesity and dietary intake in HIV/AIDS patients Obesidade abdominal e consumo alimentar em portadores de HIV/Aids

  • Patrícia Constante Jaime,
  • Alex Antonio Florindo,
  • Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre,
  • Aluísio Augusto Cotrim Segurado

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500012
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 4
pp. 634 – 640

Abstract

Read online

OBJECTIVE: To assess the association between dietary intake and central obesity among people living with HIV/AIDS and receiving highly active antiretroviral therapy. METHODS: A cross-sectional study was conducted involving 223 adult individuals in the city of São Paulo city in 2002. The study population was classified according to central obesity, defined as waist-to-hip ratio >0.95 for men and >0.85 for women. The dietary variables studied were energy consumption (in calories and calories/kilo of body weight), macronutrients (in grams and % of energy intake), total fiber (grams) and fruit and vegetables intake (grams). The potential confounders examined were sex, skin color, age, schooling, income, body mass index, physical activity, smoking habits, peripheral CD4+ T lymphocyte count and length of protease inhibitor use. The multiple logistic regression model was performed in order to evaluate the association between central obesity and dietary intake. RESULTS: The prevalence of central obesity was 45.7% and it was associated with greater consumption of lipids: for every increase of 10g of lipid intake the odds of central obesity increased 1.28 times. Carbohydrate consumption showed negative association (OR=0.93) with central obesity after adjustment for control variables. CONCLUSIONS: The results suggest that the amount of carbohydrates and lipids in the diet, regardless of total energy intake, may modify the chance of developing central obesity in the studied population. Nutritional interventions may be beneficial for preventing central obesity among HIV/AIDS patients.OBJETIVO: Avaliar a associação entre consumo alimentar e presença de obesidade abdominal em indivíduos infectados pelo HIV/Aids, em uso de terapia antiretroviral de alta potência. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal envolvendo 223 indivíduos adultos, realizado no município de São Paulo, em 2002. A população de estudo foi classificada de acordo com a obesidade abdominal, definida pela razão das circunferências da cintura e quadril >0,95 para os homens e >0,85 para mulheres. As variáveis dietéticas estudadas foram consumo de energia (calorias e calorias/quilo de peso corporal), macronutrientes (em gramas e % da energia ingerida), fibra total (gramas) e consumo de frutas, verduras e legumes (gramas). Potenciais fatores de confusão examinados foram sexo, raça, idade, escolaridade, renda, índice de massa corporal, nível de atividade física, tabagismo, contagem de linfócitos T CD4+ e tempo de uso de inibidor de protease. Estimou-se modelo de regressão logística para avaliar a relação entre obesidade abdominal e consumo alimentar. RESULTADOS: A prevalência de obesidade abdominal foi de 45,7% e esteve associada ao maior consumo de lipídeos: para cada aumento de 10 g de lipídio na dieta a chance aumentou 1,28 vezes. O consumo de carboidratos mostrou-se negativamente associado (OR=0,93) com a presença de obesidade abdominal após ajuste pelas variáveis de controle. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que a quantidade de carboidratos e lipídeos na dieta, independente do consumo energético, pode modificar a chance de desenvolver obesidade abdominal na população estudada. Intervenções nutricionais podem ser benéficas na prevenção de obesidade abdominal entre pacientes vivendo com HIV/Aids.

Keywords