Debates em Psiquiatria (Dec 2021)

Insatisfação corporal e comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares: uma avaliação entre estudantes de medicina

  • Leonardo Bruno Melo Reis,
  • Georgia Guimarães de Castro,
  • Larissa Rafaella Pereira Tôrres,
  • Rodrigo Satoshi Oda Santos,
  • João Vitor Costa,
  • Matheus Gomes Pereira,
  • Dorothéa Schmid França

DOI
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2021.v11.217
Journal volume & issue
Vol. 11

Abstract

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Introdução: Transtornos alimentares são condições complexas, graves e potencialmente fatais. Apresentam repercussões significativas nos âmbitos físico, psicológico, social e econômico. Suas complicações abrangem diferentes sistemas, variando desde disfunções nutricionais, ósseas, cardíacas, psiquiátricas e metabólicas. Objetivo: avaliar o grau de insatisfação corporal e comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares (TAs) em estudantes de Medicina de uma instituição de ensino privada no Norte de Minas Gerais. Métodos: O presente estudo é uma avaliação transversal e observacional, na qual 106 acadêmicas de medicina responderam ao Body Shape Questionnaire (BSQ), ao Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) e a um questionário sociodemográfico para análise do perfil sociodemográfico das estudantes, bem como a presença de condição de risco de transtornos alimentares nas mesmas. Resultados: A média de idade foi de 22,1 anos. O IMC médio foi de 21,86 kg/m², com desvio-padrão de 3,23 kg/m2. A maioria das estudantes (87,7%) estavam em eutrofia. De acordo com o EAT-26, 42,5% das entrevistadas estavam em risco de desenvolvimento de TA. Segundo o BSQ, 39,6% relataram algum grau de insatisfação corporal. O risco de desenvolvimento de distúrbios da alimentação mostrou-se maior naquelas que relataram uma insatisfação moderada (100%) a grave (66,7%). Também se observou maior risco naquelas com sobrepeso (60%) e obesidade (66,7%), se comparadas ao grupo eutrófico (39,8%). 72% das entrevistadas referiram medo de engordar, e 76% mostraram-se, em alguma frequência, adeptas a dietas de emagrecimento. Portanto, a amostra avaliada apresentou elevados índices de insatisfação corporal, bem como risco elevado de desenvolvimento de TA. Além disso, verificou-se grande adesão a hábitos dietéticos. Conclusões: Portanto, a amostra avaliada apresenta níveis elevados de insatisfação corporal, bem como maior risco para desenvolvimento de TA, bem como uma grande adesão a hábitos dietéticos.

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