Cadernos de Saúde Pública (Feb 2001)

As fronteiras da pesquisa antropológica: Ética, Autonomia e Tráfico de Órgãos. Um comentário a The Global Traffic in Human Organs, de Nancy Scheper-Hughes Frontiers of anthropological research: Ethics, Autonomy, and Trafficking in Human Organs. A commentary on The Global Traffic in Human Organs, by Nancy Scheper-Hughes

  • Debora Diniz

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000100022
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 1
pp. 215 – 219

Abstract

Read online

O debate sobre os fundamentos éticos da comercialização de partes do corpo humano cresce a cada dia na bioética. Este artigo discute os princípios da ética e da autonomia contidos no mais importante estudo etnográfico sobre o tráfico internacional de órgãos, trabalho coordenado pela antropóloga Nancy Scheper-Hughes. O artigo mostra que a defesa da ética da não-comercialização exige o reconhecimento de fundamentos absolutos e inalienáveis para o ser humano, um pressuposto político cuja legitimidade os antropólogos relativistas resistem em reconhecer.The bioethical debate over the commercialization of the human body has intensified in recent years. This article discusses the principles of ethics and autonomy in the most important ethnography on international traffic in human organs, coordinated by anthropologist Nancy Scheper-Hughes. The author discusses how defending the ethics of non-commercialization of the human body entails absolute ethical principles pertaining to human life, a political premise whose legitimacy is not recognized by relativist anthropologists.

Keywords