Revista Brasileira de Educação Médica (Sep 2024)

Avaliação de programa de residência em medicina de família e comunidade pela ótica dos médicos residentes

  • Samuel Carvalho Guimarães,
  • Emanoella Pessoa Angelim Guimarães,
  • Otenberg Nogueira de Souza Júnior,
  • Maria de Fátima Antero Sousa Machado,
  • Roberto Wagner Júnior Freire de Freitas,
  • Sharmênia de Araújo Soares Nuto

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-5271v48.4-2023-0142
Journal volume & issue
Vol. 48, no. 4

Abstract

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RESUMO Introdução: A residência médica (RM) é considerada acadêmica e profissionalmente o método padrão ouro no ensino de médicos egressos da universidade. O Programa Integrado de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PIRMFC) de Fortaleza, no Ceará, reúne os programas da Universidade Federal do Ceará, da Escola de Saúde Pública do Ceará e da prefeitura, e é o primeiro do gênero em larga escala, contando com cerca de 70 residentes na primeira edição, implantado em uma capital, paralelamente ao processo de implantação da rede de serviços da Estratégia Saúde da Família (ESF) pela prefeitura. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar um PIRMFC a partir da ótica dos residentes. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, utilizando o modelo de Kirkpatrick no seu primeiro nível: reação e satisfação dos residentes. A coleta de dados foi realizada com a participação de 18 residentes (R2) em cinco grupos focais, no segundo semestre de 2020. Aplicaram-se também questionários com perguntas fechadas para caracterização da amostra, seguidas de questões de múltipla escolha graduadas em escala Likert. Os dados qualitativos foram examinados pela técnica de análise temática, e os quantitativos, por meio de frequências simples e percentuais. Resultado: Identificaram-se as seguintes categorias principais: estratégias de ensino-aprendizagem, avaliação do processo ensino-aprendizagem, produção de autonomia, transferência da formação para a prática, fragilidades e potencialidades da residência. Os residentes compreendem a responsabilidade que têm no atendimento médico diário, ainda que como aprendizes. Eles demonstram insegurança como sujeitos da formação, sentindo-se mais confortáveis quando são colocados no papel passivo. Contudo, os discentes do programa reconhecem a metodologia ativa de ensino-aprendizagem como adequada para o ensino de adultos, mas precisam que as estratégias estejam voltadas para a resolução de problemas comuns à prática profissional deles. Conclusão: O programa não conseguiu firmar bases para o engajamento dos residentes em algumas estratégias ativas simuladas de ensino-aprendizagem, como grupos tutoriais. É preciso valorizar as experiências e competências adquiridas heterogeneamente pelos residentes para compor momentos de equalização do aprendizado, buscando o protagonismo do aluno em vez da imposição de conhecimentos.

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