Economia e Sociedade (Apr 2007)

Avaliação do desenvolvimento do setor agropecuário no Brasil: período de 1970 a 2000 The evaluation of agriculture growth in Brazil: time period from 1970 to 2003

  • Clailton Ataídes de Freitas,
  • Carlos José Caetano Bacha,
  • Daniele Maria Fossatti

DOI
https://doi.org/10.1590/S0104-06182007000100006
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 1
pp. 111 – 124

Abstract

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Este artigo analisa o processo de desenvolvimento econômico do setor agropecuário no Brasil no período de 1970 a 2000, destacando a sua desigualdade entre os estados da federação. Procura-se ressaltar a influência do estoque de capital físico (medido pela potência dos tratores c.v.) e do capital humano sobre o desenvolvimento agropecuário dos estados brasileiros. Com relação ao capital humano verifica-se que, de um modo geral, o nível de qualificação dos agricultores brasileiros é muito baixo, mesmo nos estados brasileiros mais desenvolvidos como São Paulo e Rio Grande do Sul, por exemplo. O menor nível de educação está nos estados nordestinos. Isso explica, em parte, o relativo atraso da agropecuária dessa região em relação à agropecuária dos demais estados. Constata-se, também, que a intensificação do uso de capital na agropecuária no Brasil vem crescendo em todos os estados a taxas superiores a 5% a.a. No entanto, pode-se verificar que foram justamente os estados nordestinos os que apresentaram, em termos relativos, as menores taxas de crescimento no uso de capital. Há, portanto, desequilíbrios regionais na agropecuária que não estão reduzindo por si próprios. No final, o artigo sugere medidas para diminuir as diferenças supracitadas.This paper analyzes Brazilian agricultural development from 1970 to 2000, highlighting how this process took place differently among Brazil’s states. Special attention is paid to the role of physical and human capital over Brazilian states’ agricultural development process. The main findings are: first, all Brazilian states show low levels of human capital at their agricultural sector; especially the Northeastern states what have the nationwide lowest level of formal education among their workers. The latter partially explains the nationwide lowest rank of Northeastern states’ agricultural sector. Second, capital use intensification has risen by 5% per year, in average. However, the Northeastern states show lower increase for this parameter. Regional differences into the agricultural sector are evident and they are not disappearing by themselves. At the end, the paper suggests some policies that can reduce these regional differences.

Keywords