Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
USO DE PROFILAXIA ANTIFÚNGICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS EM TRATAMENTO PARA LEUCIMA EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Abstract
Introdução: As doenças onco-hematológicas como as leucemias e outras doenças mielo proliferativas afetam de diferentes formas o funcionamento da medula óssea e órgãos linfoides alterando a produção e função das células hematopoiéticas. Nesse contexto, as Doenças Fúngicas Oportunistas Invasivas (DFI) persistem como uma significativa causa de mortalidade em indivíduos com doenças onco-hematológicas, especialmente em casos de leucemia. Estes fatores são decorrentes da dificuldade de detecção precoce da infecção e do custo elevado da terapia, tendo como consequência a elevação na taxa de mortalidade, estudos afirmam que a utilização da profilaxia antifúngica se torna crucial na fase de recuperação do sistema imune dos pacientes. Objetivo: Descrever os aspectos clínicos e a eficácia da profilaxia antifúngica em pacientes onco-hematológicos internados e com alto risco para infecção fúngica invasiva em um centro de referência do Amazonas. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório-descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa na fundação e hospital de referência em Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM), desenvolvido da coleta de dados secundários, da análise dos prontuários eletrônicos e resultados do exame microbiológico de hemoculturas realizadas em um período de 2 anos (janeiro/2022 a dezembro /2023). O estudo possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos sob o parecer de nº6.001.277. Resultados: No ano de 2022 foram identificadas 522 internações, 64 profilaxias com o antifúngico fluconazol e 15 infecções por fungos, no ano de 2023 foram identificadas 479 internações, 120 profilaxias com o antifúngico fluconazol e 6 infecções por fungos. Os microrganismos mais incidentes nos dois anos de estudo foram Candida parapsilosis e Candida guilliermondii. A prevalência de infecção fúngica reduziu significativamente quando houve aumento do uso da profilaxia com antifúngico. Discussão: Observou-se a predominância de crianças com LLA nos dois anos consecutivos, seguida da LMA, dado este que está de acordo com outros estudos publicados nos quais a LLA está como a mais prevalente em pacientes pediátricos. No presente estudo, o uso do fluconazol apresentou uma boa resposta na profilaxia antifúngica. Isso se deve ao fato deste medicamento ser altamente efetivo contra espécies de Candida, possuindo apenas fraca eficácia contra Aspergillus. Conclusão: Esta pesquisa revelou a eficácia do uso de fluconazol como antifúngico profilático e uma ferramenta de alto potencial para prevenção de infecções fúngicas invasivas. Novos estudos com a utilização da profilaxia antifúngica tornam-se necessários para contribuir com a literatura escassa acerca do tema.