PERFIL DEMOGRÁFICO E PADRÕES DE TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME NO HEMOCENTRO REGIONAL DE SOBRAL: UMA ANÁLISE DOS ANOS 2023 E 2024

Abstract

Objetivo: Caracterizar a demografia, os padrões de tratamento e a distribuição dos tipos de hemoglobinopatias entre os pacientes com doença falciforme atendidos no Hemocentro Regional de Sobral (HRS) durante os anos de 2023 e 2024. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e quantitativo, realizado a partir da análise de prontuários de pacientes com Doença Falciforme (DF) atendidos no HRS, em Sobral, Ceará, durante os anos de 2023 e 2024. A análise de dados foi feita por meio de estatísticas descritivas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer nº6.832.101. Resultados: Foram analisados os prontuários de 70 pacientes com DF atendidos no HRS durante os anos de 2023 e 2024. Dos pacientes avaliados, 52,2% são do sexo feminino e 47,8% do sexo masculino, com uma idade média de aproximadamente 27,20 anos. Treze pacientes (17,11%) tinham idade menor ou igual a 12 anos. Em relação ao uso de hidroxiureia, 78,6% dos pacientes aderem ao tratamento. Por outro lado, 21,4% dos pacientes não utilizam hidroxiureia. Seis (8,57%) pacientes utilizaram deferasirox (Exjade), no período da pesquisa. Vinte e nove pacientes (41,43%) já foram transfundidos com concentrado de hemácias. A distribuição dos tipos de hemoglobinopatia foi: hemoglobina B-TAL (11%), hemoglobina SC (4%) e hemoglobina SS (85%). Discussão: Os resultados fornecem uma visão abrangente dos pacientes com DF atendidos no HRS. A predominância de hemoglobina SS (85%) é esperada, dada a alta prevalência dessa variante no Brasil. A distribuição de gênero, com 52,2% de pacientes do sexo feminino e 47,8% do sexo masculino, sugere uma distribuição equilibrada, facilitando a aplicação de protocolos de tratamento sem necessidade de ajustes significativos baseados no sexo. A idade média de 27,20 anos indica que a maioria dos pacientes são adultos jovens, mas com uma parte significativa (17,11%) de crianças com 12 anos ou menos. A presença de crianças sublinha a importância de um diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo. A alta adesão ao tratamento com hidroxiureia (78,6%) sugere reconhecimento dos benefícios do medicamento no manejo da doença. O uso de deferasirox para tratar a sobrecarga de ferro em pacientes que recebem transfusões frequentes é essencial para prevenir complicações graves, destacando a necessidade de monitoramento rigoroso dos níveis de ferro. Continuar a investigar e compreender os padrões de tratamento e as características demográficas desses pacientes é fundamental para aprimorar a qualidade do atendimento na região. Conclusão: A pesquisa revelou uma predominância de hemoglobina SS, alta adesão ao tratamento com hidroxiureia e um número significativo de pacientes submetidos a transfusões e tratamento para sobrecarga de ferro, destacando a necessidade contínua de manejo clínico especializado e eficaz para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.