Revista Brasileira de Anestesiologia (Jun 2005)
Uso da hidrocortisona no tratamento e na prevenção da cefaléia pós-punção da dura-máter: relato de casos Uso de la hidrocortisona en el tratamiento y en la prevención de la cefalea después-punción de la dura-máter: relato de casos Hydrocortisone treatment and prevent post-dural puncture headache: case reports
Abstract
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A cefaléia pós-punção da dura-máter é a complicação mais freqüente após a raquianestesia ou a sua perfuração acidental durante tentativa de bloqueio peridural. O objetivo deste relato é descrever o uso da hidrocortisona no tratamento e na prevenção da cefaléia pós-punção da dura-máter (CPPD). RELATO DOS CASOS: São relatados três casos em que a hidrocortisona foi utilizada no tratamento e na prevenção da cefaléia pós-punção da dura-máter. O primeiro foi de uma paciente obstétrica submetida à cesariana, que apresentou cefaléia no pós-operatório, não responsiva à medicação convencional e ao tratamento com tampão sangüíneo peridural (TSP), mas que apresentou remissão completa do quadro com hidrocortisona por via venosa. Outras duas pacientes, em quem ocorreu perfuração acidental da dura-máter durante a tentativa de localização do espaço peridural e que tratadas com hidrocortisona, por via venosa, com fins preventivos, não desenvolveram quadro de cefaléia. CONCLUSÕES: Nos casos observados a hidrocortisona mostrou eficácia no tratamento da CPPD após falha das medidas conservadoras e do TSP. A utilização da hidrocortisona em pacientes com perfuração acidental da dura-máter pode ser útil, pois não é técnica invasiva e a incidência e a gravidade das CPPD nesse grupo de pacientes é elevada. São necessários estudos controlados para estabelecer o real papel da hidrocortisona na prevenção e tratamento da CPPD.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La cefalea después-punción de la dura-máter es la complicación más frecuente después de la raquianestesia o su perforación accidental durante tentativa de bloqueo peridural. El objetivo de este relato es describir el uso de la hidrocortisona en el tratamiento y en la prevención de la cefalea después-punción de la dura-máter (CPPD). RELATO DE LOS CASOS: Se relatan tres casos en que la hidrocortisona fue utilizada en el tratamiento y en la prevención de la cefalea después-punción de la dura-máter. El primero fue de una paciente obstétrica sometida a cesárea, que presentó cefalea en el postoperatorio, no respondente a la medicación convencional y al tratamiento con tampón sanguíneo peridural (TSP), sin embargo, presentó remisión completa del cuadro con hidrocortisona por vía venosa. Otras dos pacientes, en quien ocurrió perforación accidental de la dura-máter durante la tentativa de localización del espacio peridural y que tratadas con hidrocortisona, por vía venosa, con fines preventivos, no desarrollaron cuadro de cefalea. CONCLUSIONES: En los casos observados la hidrocortisona mostró eficacia en el tratamiento de la CPPD después de falla de las medidas conservadoras y del TSP. La utilización de hidrocortisona en pacientes con perforación accidental de la dura-máter puede ser de utilidad, pues no es una técnica invasiva y la incidencia y la gravedad de las CPPD en ese grupo de pacientes es elevada. Se hacen necesarios estudios controlados para establecer el papel real de la hidrocortisona en la prevención y tratamiento de la CPPD.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Post-dural puncture headache is the most frequent complication after spinal anesthesia or accidental dural perforation during attempted epidural block. This report aimed at describing the use of hydrocortisone to treat and prevent post-dural puncture headache (PDPH). CASE REPORTS: Three cases in which hydrocortisone was used to treat and prevent post-dural puncture headache are reported. The first is an obstetric patient submitted to Cesarean section with postoperative headache not responding to conventional medication and epidural blood patch (EBP), however with total remission after intravenous hydrocortisone. The other two patients, who suffered accidental dural perforation during attempted epidural space location, were preventively treated with intravenous hydrocortisone and have not developed headache. CONCLUSIONS: In our cases, hydrocortisone was effective to treat PDPH after failed conservative measures and EBP. Hydrocortisone for accidental dural perforation patients may be useful since it is a noninvasive technique and the incidence of PDPH in this group of patients is high. Controlled studies are needed to determine the actual role of hydrocortisone in preventing and treating PDPH.
Keywords