Diálogos (Jun 2019)

Mito e história no “romance épico” Simá de Lourenço da Silva Araújo e Amazonas

  • Daniel Padilha Pacheco da Costa

DOI
https://doi.org/10.4025/dialogos.v23i2.46096
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 2

Abstract

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Este estudo propõe caracterizar Simá: romance histórico do Alto Amazonas (1857), de Lourenço da Silva Araújo e Amazonas, como um “romance épico”, entendido como uma variante de romance histórico distinta da escola hegemônica representada por José Alencar. Esse romance, cujos modelos literários são a Ilíada e a Eneida, elege o rapto da mameluca Simá, chamada de “Helena do Rio Negro”, como a causa imediata da Rebelião de Lamalonga (1757). O romance narra, no plano histórico, o massacre da nação indígena dos Manau pela armada portuguesa e, no plano individual, o destino trágico da protagonista, apresentada como uma vítima inocente do conflito entre Portugal e Espanha. Publicado no mesmo ano de O Guarani (1857), Simá oferece não uma narrativa mítica, como esse célebre romance, mas uma narrativa épica sobre a colonização europeia da Amazônia brasileira.

Keywords