Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

REATOGENICIDADE COM MEIA DOSE DA VACINA CHADOX1 NCOV-19 (AZD1222)

  • Maria da Penha Gomes Gouvea,
  • Olindo Assis Martins Filho,
  • Andrea Teixeira Carvalho,
  • Luiz Antônio Bastos Camacho,
  • Daniel A. Maciel Villela,
  • Lauro Ferreira Pinto Neto,
  • Carla Domingues,
  • Isac Ribeiro Moulaz,
  • Thayná Martins Gouveia,
  • Beatriz Paoli Thompson,
  • Karen Evelin Monlevade Lança,
  • Gabriela Curto Cristianes Lacerda,
  • João Pedro Gonçalves Lenzi,
  • Sabrina de Souza Ramos,
  • João Pedro Moraes Miossi,
  • Matheus Leite Rassele,
  • Felipe de Castro Pimentel,
  • Thais Luma de Oliveira Roza,
  • Alessandro Demoner Ramos,
  • Allan Gonçalves Henriques,
  • Maria Eduarda Moraes Hibner Amaral,
  • Heitor Filipe Surlo,
  • Gabriel Smith Sobral Vieira,
  • Laís Pizzol Pasti,
  • Luiza Lorenzoni Grillo,
  • Laura Gonçalves Rodrigues Aguiar,
  • Matheus Pereira Rossi,
  • Ramon Borge Rizzi,
  • Paula dos Santos Athayde,
  • Pietra Zava Lorencini,
  • Adriana Santos Silva,
  • Tania Reuter,
  • Jaquelini Jubini,
  • Danielle Grillo Pacheco Lyra,
  • Rodrigo Ribeiro Rodrigues,
  • Cristiano Soares da Silva,
  • Luís Carlos Reblin,
  • Orlei Cardoso,
  • Samira T. Miyamoto,
  • Ketty Lysie Libardi Lira Machado,
  • Ludimila Forechi,
  • Carolina Strauss,
  • Jadher Percio,
  • Lely Stella Guzmán Barrera,
  • Nésio Fernandes de Medeiros Junior,
  • Karina Rosemarie Lallemand,
  • Manoel Rodrigues Lima Neto,
  • José Geraldo Mill,
  • Valéria Valim

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102069

Abstract

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Introdução: A escassez de insumos tem limitado o avanço da vacinação contra a Covid-19, no mundo. A vacinação com meia dose da ChAdOx1 nCOv-19 foi comparada à dose padrão no Estudo Viana. O objetivo deste estudo foi avaliar e monitorar os eventos adversos com meia dose e comparar com dose padrão. Métodos: Ensaio clínico de fase III que testou meia dose da ChAdOx1 nCoV-19 (AZD1222) em adultos de 18 a 49 anos da cidade de Viana - Espírito Santo. Os eventos adversos foram avaliados por meio de registros no sistema e-SUS notifica, busca ativa e estudos de casos de eventos adversos pós-vacina (EAVP) e eventos adversos de interesse especial (EAIE), telefone celular e 0800 disponível aos participantes, questionário eletrônico 7 e 30 dias após a primeira e segunda dose, busca ativa SAC Fiocruz e disque intoxicações, busca ativa de rumores no CIEVS, vigilância de todos os óbitos do município. Em uma subamostra, os eventos adversos foram avaliados por diário auto-aplicável e entrevista aos participantes, 28 dias após a primeira (D1) e a segunda dose (D2). O mesmo questionário foi aplicado numa coorte de trabalhadores da saúde, ajustado por idade, que recebeu 2 doses de dose padrão. Resultados: Foram incluídos 20.546 participantes. Desses, 572 foram convidados a responder um diário de eventos adversos. Dessa subamostra, 501 e 381 devolveram os diários pós D1 e D2. Não houve reações graves. Os sintomas mais frequentes foram (84% e 52%, p<0,001), e maior duração (5±4 e 2±3 dias) após a 1a dose. Os sintomas mais citados foram dor local (69% e 34%), cefaleia (51% e 21%), mal-estar (47% e 21%), calafrio (37% e 13%), dor muscular (36% e 14%) e articular (30% e 13%), endurecimento da pele (31% e 16%), região quente (23% e 14%), vermelhidão (13% e 8%). Lesão cutânea (23% e 14%), febre (23% e 8%) náuseas (17% e 8%) e vômito (2% e 1%) foram menos frequentes. Comparativamente, não houve diferença entre meia dose comparado dose padrão pós D1 (83% vs. 84%, p = 0,840) ou D2 (52 vs. 57%). No entanto, a duração dos sintomas foi menor com meia dose (dor local, cefaleia, cansaço, dores musculares, dores articulares, febre, endurecimento local, edema, hematoma). Conclusão: Os eventos adversos da ChAdOx1 nCoV-19 foram leves, e a frequência geral foi semelhante com meia dose ou dose padrão. No entanto, a duração dos sintomas foi menor no grupo da meia dose. Reatogenicidade foi menor pós segunda dose, nos dois esquemas vacinais.