REME: Revista Mineira de Enfermagem (Dec 2022)

Tripla carga de doenças no Brasil, 1990-2021

  • Adauto Martins Soares Filho,
  • Giovanny Vinícius Araújo de França,
  • Deborah Carvalho Malta

DOI
https://doi.org/10.35699/2316-9389.2022.39410
Journal volume & issue
Vol. 26

Abstract

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Objetivo: descrever a evolução temporal pela tripla carga de doenças no Brasil, comparando a mortalidade do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e estudo de Carga Global de Doenças (GBD). Método: estudo descritivo e exploratório sobre a evolução temporal das taxas e a distribuição proporcional de óbitos para doenças infecciosas, crônicas não transmissíveis (DCNT) e causas externas usando duas fontes de dados, 1990 a 2021. As taxas no SIM foram ajustadas pelo método direto por idade e suavizadas por média móvel. As estimativas do GBD corrigem subregistro e causas garbage. Resultados: o Brasil registrou 817.284 óbitos (1990) e 1.349.801 (2019) no SIM, corrigidos em 17,7% e 1,9% no GBD para os respectivos anos. Neste período, as taxas de mortalidade diminuíram nas duas fontes, respectivamente: DCNT -16,8% (433,7 a 360,7) e -34% (720,5 a 474,6); infeciosas -20,2% (86 para 68,6) e -57,2% (198,5 para 84,9); causas externas -17,3% (77,4 para 64) e -27% (100,9 para 73,7). O SIM mostrou redução -79,2% (138,6 para 28,8) para as taxas de causas mal definidas (CMD). Os fatores de correção do GBD foram maiores nos anos anteriores a 2005. Após 2019, as taxas de infeciosas e CMD no SIM aumentaram respectivamente 207% (68,6 para 210,7) e 30,2% (28,8 para 37,5). Conclusão: o avanço da transição epidemiológica da carga de doenças e melhoria da qualidade do dado de óbito no Brasil foram interrompidos pela COVID-19, aumentando a carga das doenças infecciosas.

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