RevSALUS (Jan 2024)

Contaminação de espaços públicos por parasitas intestinais de cães e gatos na Região de Aveiro, Portugal: uma abordagem de “Uma Só Saúde”

  • Rita Picado,
  • Ana Maria Munhoz

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.774
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Supii

Abstract

Read online

Introdução: A proximidade entre o ser humano e os animais de companhia tem vindo a ser cada vez mais frequente. No entanto, esta aproximação torna-se um risco para a infeção por agentes zoonóticos como parasitas intestinais dos cães e gatos. Objetivos: Neste estudo foi avaliada a contaminação de espaços públicos com formas parasitárias intestinais de cães e gatos. Foi também realizada uma entrevista com um questionário a tutores com a finalidade de avaliar a perceção destes quanto às rotinas que pudessem representar risco de infeção humana e hábitos de desparasitação dos animais. Material e Métodos: Foram analisadas 120 amostras de fezes e 55 amostras de solo provenientes de parques e jardins públicos, parques infantis, parques caninos, praias e centros escolares. Utilizou-se para a análise das amostras fecais o método de Willis e o método de sedimentação simples, e para as amostras de solo, o método de Rugai. Também foram realizadas 101 entrevistas aos tutores que passeavam os seus cães. Resultados Foi observada a prevalência de parasitismo em 17,5% de amostras fecais e 67,3% nas amostras de solo. Nas amostras fecais a prevalência foi de 14,2% Toxocara spp., 4,2% ancilostomídeos, 0,8% Dipylidium caninum e 0,8% Cystoisospora spp. Nas amostras de solo a prevalência foi de 54,5% família Taeniidae, 29,1% Toxocara spp., 23,6% ancilostomídeos, 3,6% Dipylidium caninum, 3,6% Cystoisospora spp. e 1,8% Strongyloides spp. Nas entrevistas, 88,1% dos tutores afirmou recolher as fezes dos seus cães, em 54,5% dos cães não se realizava a desparasitação interna com regularidade, 86,1% dos animais tinha acesso aos quartos, camas e sofás dos tutores, 72,3% dos tutores permitiam que os cães lambessem a sua face e 84,2% dos tutores desconhecia o significado da palavra “zoonose”. Conclusões: Foi observada uma elevada prevalência de parasitismo nas fezes e no ambiente com formas parasitárias de elevado risco zoonótico como Toxocara spp., Ancylostoma spp. Dipylidium caninum e Strongyloides spp. O contato próximo dos animais com os tutores revelou ser um risco para infeções parasitárias zoonóticas, devendo ser encorajadas campanhas de sensibilização e educação da população nas vertentes humana, animal e ambiental e adoção de uma abordagem “Uma só Saúde”.

Keywords