Revista Panamericana de Salud Pública (Feb 2025)

Avaliação do sistema de Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Substâncias Químicas, Brasil, 2011 a 2021

  • Ana Paula Betaressi da Silva,
  • Mariely Helena Barbosa Daniel,
  • Vanessa de Paula Ferreira,
  • Vitória Martins Chaves,
  • Jéssika Angela Freitas de Oliveira,
  • Adriana Rodrigues Cabral,
  • Thiago de Brito Magalhães,
  • Patrick Joseph Connerton,
  • Luciana Nogueira de Almeida Guimarães,
  • Camile de Moraes,
  • e Orlando Marcos Farias de Sousa

DOI
https://doi.org/10.26633/RPSP.2025.6
Journal volume & issue
Vol. 49, no. 2
pp. 1 – 10

Abstract

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Objetivo. Avaliar o sistema de Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Substâncias Químicas (Vigipeq) no Brasil no período de 2011 a 2021. Métodos. Foram avaliados atributos qualitativos (simplicidade de uso; aceitabilidade/engajamento de pessoas e instituições na vigilância; flexibilidade/capacidade de adaptação; e utilidade/cumprimento dos objetivos aos quais o sistema se propõe) utilizando um questionário semiestruturado e anônimo respondido por representantes das vigilâncias em saúde ambiental nas capitais. Os atributos quantitativos sensibilidade (detecção de casos), representatividade (geração de informações precisas sobre eventos quanto a tempo, lugar e pessoa) e valor preditivo positivo (VPP, eventos verdadeiros de áreas contaminadas e populações expostas) foram derivados do Sistema de Informação de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado. As intoxicações exógenas foram extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados. De 2011 a 2021, houve 16 029 intoxicações exógenas e 17 753 registros de áreas contaminadas/potencialmente contaminadas no Brasil. Conforme os questionários, o sistema Vigipeq é complexo, pouco flexível e tem baixa aceitabilidade. Entretanto, a sensibilidade para reconhecer exposição foi elevada. Os VPP para detectar tanto áreas contaminadas quanto populações expostas e potencialmente expostas e contaminadas foram baixos. O cumprimento dos objetivos demonstrou a utilidade da Vigipeq. Conclusões. A Vigipeq é útil, porém pode melhorar quanto a aspectos operacionais de uso e direcionamento dos dados obtidos. O monitoramento de ações de vigilância em saúde ambiental pode ser otimizado pelo estabelecimento de indicadores de desempenho e implementação de ferramentas de previsão e intervenção em eventos futuros.

Keywords