Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Dec 2008)

Freqüência de hemolisinas anti-A e anti-B em doadores de sangue de Itapeva e Ourinhos Anti-A and anti-B hemolysin frequencies in blood donors from Itapeva and Ourinhos

  • Vanessa C. Fernandes,
  • Adriano F. Borgatto,
  • Silvio Barberato Filho,
  • Maria Inês de Toledo,
  • Luciane C. Lopes

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-84842008000600007
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 6
pp. 453 – 456

Abstract

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Uma transfusão de sangue com o tipo ABO incorreto pode resultar na morte do paciente, com reação hemolítica intravascular, seguida de alterações imunológicas e bioquímicas. Considerando a pequena quantidade de estudos sobre as hemolisinas anti-A e anti-B e a importância desses anticorpos na prática transfusional, o objetivo deste trabalho foi verificar a frequência dessas hemolisinas e a associação a fatores como etnia e gênero em doadores de sangue dos bancos de sangue dos municípios de Itapeva e de Ourinhos, no interior do estado de São Paulo. Foram analisadas todas as amostras de doadores tipo O cadastradas nos bancos de sangue, com elevado nível plasmático de hemolisinas (doadores considerados perigosos). Coletaram-se os dados relativos à frequência das hemolisinas, etnia, gênero e procedência destes doadores. A frequência de doadores de sangue do grupo sanguíneo O perigosos é de 1,2% em Itapeva e de 5,3% em Ourinhos. Na cidade de Ourinhos, o risco de um doador branco ter hemolisina positiva é 2,16 vezes maior do que para outros doadores, e na cidade de Itapeva notou-se que o risco é menor para brancos do que para outros doadores. Em relação ao gênero, em Ourinhos o risco de um doador ter hemolisina positiva é 1,82 vezes maior para o gênero masculino, e na cidade de Itapeva, o risco foi maior para doadores do gênero feminino. A relação entre o gênero, a etnia e a frequência de hemolisinas foi diferente nas duas cidades. Mesmo assim, destaca-se a importância dos bancos de sangue estarem atentos às características de prevalência deste tipo de doador.Blood transfusion using unmatched ABO blood types can result in patient death due to intravascular hemolytic reactions followed by immunological and biochemical changes. Considering the small number of studies on anti-A and anti-B hemolysins and the relevance of these antibodies in the transfusional practice, this work aimed at assessing the frequency of these hemolysins and their relationship to factors such as ethnic background and gender in blood donors of blood banks located in Itapeva and Ourinhos, São Paulo State, Brazil. All samples from type O donors recorded in these two blood banks with high serum levels of hemolysins (donations considered high-risk) were analyzed. Data related to hemolysin frequencies, ethnicity, gender and origin of blood donors were collected. The frequency of donors belonging to the high-risk O blood group was 1.2% in Itapeva and 5.3% in Ourinhos. In Ourinhos the risk of a Caucasian donor being positive for hemolysin is 2.16 times higher than other ethnic groups and in Itapeva, it was observed that the risk is lower for Caucasians than other ethnic groups. Regarding the gender, in Ourinhos the risk of a donor being positive to hemolysin is 1.82 times greater in men and in Itapeva the risk is higher in women. The ratios of gender and ethnic background in respect to frequency were different between the two regions. Thus it is important for blood banks to be aware of regional variations.

Keywords