Revista de Saúde Pública (Apr 1997)

Possibilidades e limitações da amamentação entre mulheres trabalhadoras formais Possibilities and limitations of breast-feeding among women in formal employment

  • Marina Ferreira Rea,
  • Sonia Isoyama Venâncio,
  • Luis Eduardo Batista,
  • Rosangela Gomes dos Santos,
  • Ted Greiner

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89101997000200008
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 2
pp. 149 – 156

Abstract

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INTRODUÇÃO: Pesquisas sobre a amamentação e a questão do trabalho da mulher são de difícil comparabilidade. A prática de amamentar entre mulheres com um emprego formal no Brasil tem sido pouco estudada, em que pesem as mudanças havidas como a extensão da licença maternidade para 120 dias. Decidiu-se realizar estudo com o objetivo de descrever o padrão de amamentação de mulheres empregadas em empresas, as limitações que elas enfrentam e que fatores contribuem para que elas possam conciliar trabalho e amamentação. MATERIAL E MÉTODO: Estudo exploratório realizado em 13 indústrias de São Paulo em 1994, onde todas as mulheres no terceiro trimestre da gestação (76) foram entrevistadas e reentrevistadas (69) na volta ao trabalho (em torno de 5,4 meses pós-parto). RESULTADOS: Iniciaram a amamentação 97% das mulheres, apresentando uma duração mediana de 150 dias; quanto ao Aleitamento Materno Exclusivo, a duração mediana foi de 10 dias, e à Amamentação Predominante, a mediana foi de 70 dias. As mulheres de melhor nível socioeconômico e as que tinham creche no local de trabalho ou sala de coleta e estocagem de leite materno, foram as que amamentaram por mais tempo. A possibilidade de flexibilizar seu horário e não trabalhar na linha de produção também mostraram ser fatores significantes que levam as mulheres dessas indústrias a amamentar mais. CONCLUSÕES: A licença-maternidade tem sido útil e usada pela maioria das trabalhadoras para amamentar, mas há outros fatores que são fundamentais para que a manutenção da lactação seja facilitada, tais como aqueles que permitem a proximidade mãe-criança e/ou a retirada periódica de leite materno durante a jornada de trabalho.INTRODUCTION: Studies carried out on breastfeeding and working women are difficult to compare. Breastfeeding practices among formally employed women in Brazil have not been much studied, despite important changes in public policies such as the extension of maternity leave to 120 days. OBJECTIVES: A description of breastfeeding patterns among women employed in factories and the constraints and opportunities involved in conciliating breastfeeding and work. MATERIAL AND METHODS: An exploratory study was carried out in 13 factories in S. Paulo city in 1994, where all women in the 3rd trimester of pregnancy were interviewed (76), and re-interviewed (69) when they went back to work (around 5,4 months after delivery). RESULTS: Breastfeeding initiation was found in 97% of women and the median duration was 150 days. The exclusive breastfeeding and predominant breastfeeding rates were, respectively, 10 and 70 days of median duration. Higher socio-economic status and nursery facilities and the existence of a place in which to extract and store the mother's milk at the workplace were factors associated with longer duration of breastfeeding. Other factors such as flex-time and work out of the production-line also showed a significant relation to longer duration of breastfeeding in the factories studied. CONCLUSION: Maternity leave is widely taken advantage of and highly benefitial for the majority of working women as regards breastfeeding, but other factors are important in maitaining lactation, such as circunstances which permit closer mother-child contact and/or the extraction of human milk during the working day.

Keywords