Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Aug 2008)
Diagnóstico molecular da malária em uma unidade de atenção terciária na Amazônia Brasileira Molecular diagnosing of malaria in a tertiary care center in the Brazilian Amazon region
Abstract
O exame de rotina para o diagnóstico da malária continua sendo a gota espessa, apesar da comprovada diminuição da sensibilidade e especificidade em situações de densidade parasitária baixa e infecções mistas. A reação em cadeia da polimerase vem sendo cada vez mais utilizada para a detecção molecular e identificação das espécies de plasmódio, por apresentar maior sensibilidade e especificidade. Foi realizada a nested-PCR em amostras de sangue total de 344 pacientes com síndrome febril aguda que se apresentaram para o diagnóstico de malária, em uma unidade terciária de saúde, em Manaus (Amazonas). Nenhum caso de malária por Plasmodium malariae foi diagnosticado à gota espessa ou PCR. Observou-se co-positividade de 96,7%, co-negatividade de 62,2% e coeficiente kappa de 0,44 entre PCR e gota espessa para Plasmodium falciparum. Para Plasmodium vivax, co-positividade de 100%, co-negatividade de 78,1% e coeficiente kappa de 0,56. Na detecção da malária mista, co-positividade de 100%, co-negatividade de 84,9% e coeficiente kappa de 0,26. A reação em cadeia da polimerase detectou alto número de infecções mistas nas amostras analisadas, mas seu uso rotineiro no diagnóstico da malária merece ainda ampla discussão.The routine test for diagnosing malaria is still the thick blood smear, despite its known decreased sensitivity and specificity in situations of low parasite density and mixed infections. The polymerase chain reaction is increasingly being used for molecular detection and identification of Plasmodium species, due to its higher sensitivity and specificity. Nested PCR was performed on whole-blood samples from 344 patients with acute febrile syndrome who came to a tertiary healthcare center in Manaus (State of Amazonas) for diagnostic confirmation of malaria. No malaria cases caused by Plasmodium malariae were detected through the blood smear or PCR. Co-positivity of 96.7%, co-negativity of 62.2% and kappa coefficient of 0.44 were observed between PCR and thick blood smear for Plasmodium falciparum. For Plasmodium vivax, co-positivity of 100%, co-negativity of 78.1% and kappa coefficient of 0.56 were observed. For mixed infection, co-positivity of 100%, co-negativity of 84.9% and kappa coefficient of 0.26 were observed. Polymerase chain reaction detected a high number of mixed infections in the samples analyzed, but its routine use for diagnosing malaria still deserves further discussion.
Keywords