Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Sep 1994)

The hamster (mesocricetus auratus) as experimental model in chagas' disease: parasitological and histopathological studies in acute and chronic phases of Trypanosoma cruzi infection O hamster (Mesocricetus auratus) como modelo experimental na doença de Chagas: estudos histopatológico e parasitológico das fases aguda e crônica da infecção por Trypanosoma cruzi

  • Luis Eduardo Ramirez,
  • Eliane Lages-Silva,
  • José Maria Soares Junior,
  • Edmundo Chapadeiro

Journal volume & issue
Vol. 27, no. 3
pp. 157 – 162

Abstract

Read online

This research characterizes the acute and chronic phases of Chagas ' disease in hamster through parasitological and histopathological studies. The acute phase was achieved with 44 young hamsters injected intraperitoneally with 100.000 blood trypomastigotes of Benedito and Y strains of T. cruzi. The chronic phase was induced in 46 hamsters injected intraperitoneally with 35.000 trypomastigotes ofVicentina, Benedito and Y strains. Animals were sacrificed at regular intervals of 24 hours of acute phase and from the 3rd to the 10th month of infection ofchronic phase. In the acute phase, parasites were easily recoveredfrom all animals and there was an inflammatory reaction characterized by mononuclear and polymorphous leukocyte infiltration of variable degree in the majority of tissues and organs, specially in the connective loose and fatty tissues, smooth muscle myocardium and skeletal muscle. In the chronic phase the lesions occurred in the same tissues and organs, but the inflammatory response was less severe and characterized by mononuclear infiltration mainly with focal or zonalfibrosis in the myocardiun. In 50% of infected animals parasites were found inmyocardiun and recoveredfrom pericardic, peritoneal and ascitic fluids in some animals. Signs of heart failure, sudden death and enlargement of bowel were observed regularly. We concluded that the hamster is an useful model for Chagas' disease studies.Opresente trabalho tem como finalidade caracterizar as fases aguda e crônica da doença de Chagas em hamster, através de estudos parasitológicos e histopatológicos. A fase aguda foi induzida em 44 hamsters jovens, inoculados intraperitonealmente, com 100.000 tripomastigotas sanguíneos das cepas Y e Benedito do T. cruzi. Afase crônica foi produzida em 46 hamsters, inoculados intraperitonealmente, com 35.000 tripomastigotas sanguíneos das cepas Y, Vicentina e Benedito. Os animais foram sacrificados a intervalos regulares de 24 horas na fase aguda, durante 15 dias e na fase crônica, a partir do 3° mês até o 10° mês da infecção. Na fase aguda, o parasita foi facilmente recuperado de todos os animais, os quais apresentaram reação inflamatória, de intensidade variável, de células mononucleares e polimorfonucleares, na maioria dos tecidos e órgãos, principalmente nos tecidos conjuntivo frouxo e adiposo, músculo liso, cardíaco e esquelético. Na fase crônica, as lesões ocorreram nos mesmos tecidos e órgãos, mas a resposta inflamatória com infiltrado mononuclear foi mais grave no miocárdio onde adquiriu caráter fibrosante. No miocárdio os parasitas foram encontrados em 50% dos casos. A partir do líquido pericárdico, peritoneal e ascítico desses animais foram recuperados parasitas através do microhematócrito e hemocultura. Regularmente, observaram-se sinais de insuficiência cardíaca, com morte súbita e de dilatação do intestino grosso e atrofia dos genitais internos. Conclui-se que o hamster é um modelo útil para o estudo da doença de Chagas.

Keywords