Domínios de Lingu@gem (Apr 2020)

Entre a modificação e a quantificação

  • Ana Paula Quadros Gomes,
  • Tatiane Gonçalves Sudré

DOI
https://doi.org/10.14393/DL45-v15n1a2021-1
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 1
pp. 7 – 40

Abstract

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O objetivo deste artigo é explicar o comportamento de adjetivos que estão funcionando ora como um modificador ora como um determinante no Português Brasileiro (PB). Ao desempenhar o papel de um determinante, selecionam pluralidades, exibindo informações de quantidade (‘Diferentes comidas foram preparadas para o jantar.’/ *‘Diferente comida foi preparada para o jantar.’). Nesse caso, a marcação plural é fundamental para a gramaticalidade da sentença. Contudo, o mesmo adjetivo (p.ex. ‘diferente’), ao se comportar como um modificador, pode aparecer na sua forma singular de maneira que não traga nenhum problema quanto a sua aceitação (‘A cozinheira iniciou o dia fazendo uma diferente comida para o jantar.’). A proposta que será defendida é a de que esses adjetivos são um subgrupo da classe dos adjetivos de grau relativo (AGRs) (KENNEDY; MCNALLY, 2005). Defenderemos que a classe dos AGRs possui sintaxe e semântica especiais, capazes de explicar o licenciamento de alguns deles como um determinante plural. Também explicaremos por que nem todo AGR pode funcionar como determinante: há um tipo especial de comparação requerido para que um adjetivo se torne um adjetivo quantificacional (Q-Adjetivo).

Keywords