Tempo Social (Apr 2003)

A arquitetura, o corpo e o espelho sobre a beleza e o tempo na arte do Renascimento e em nossos dias

  • Mário Henrique Simão D'Agostino

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000100007
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 1
pp. 113 – 137

Abstract

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A revivescência do ideal antigo de "fama eterna" e "perpetuidade" da arte propicia na Renascença novos enquadramentos conceituais do princípio clássico da mímesis. Asseverando a proeminência da arquitetura sobre as demais artes, diversos escritos renascentistas vinculam a consecução de obras belas à longevidade das edificações (Chrysolaras, Alberti, Filarete, Cesariano, entre outros). A curadoria e o valor exemplar dos monumentos, coordenados ao preceito de imitação dos antichi, suscitam diferentes posicionamentos doutrinários sobre o sentido do tempo na arte, a balizar os classicismos até o século XVIII. Um olhar retrospecto sobre os desafios então lançados permite, em contrapartida, maior distanciamento e juízo crítico acerca do difuso "culto" do tempo e da beleza em voga na atualidade.The revival of the old ideal of "eternal fame" and "perpetuity" in art allows for a new conceptual framing of the classical principle of mimesis, in the Renaissance. Asserting the preeminence of Architecture over all the other arts, various renaissance papers link the making of beautiful works to the longevity of the buildings (Chrysolaras, Alberti, Filarete, Cesariano, among others). The curatorship and the exemplary value of the monuments, coordinated to the norm of imitating the antichi, bring about different doctrinarian positions on the meaning of time in art to regulate classicisms up to the 18th century. On the other hand, by looking back on the challenges issued then allows one to make a more removed and critical appraisal on the diffuse "cult" of time and beauty, currently in fashion.

Keywords