Millenium (Feb 2024)

O guarda-redes de andebol como primeiro participante no processo ofensivo

  • António Azevedo,
  • João Branco,
  • Rafael Ribeiro,
  • Paulo Eira

DOI
https://doi.org/10.29352/mill0214e.28718
Journal volume & issue
no. 14e

Abstract

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Introdução: A modalidade de Andebol tem sofrido constante evolução por força de uma multiplicidade de transformações que decorrem das dimensões física e tática, assim como das resultantes de interpretações das componentes da estrutura ou lógica interna do jogo, como é o caso do seu regulamento. Com efeito, assumem-se cada vez mais importantes as ações do guarda-redes, que deixou de estar focado exclusivamente no impedimento do golo e passou a ser o primeiro participante do processo ofensivo da sua equipa, tornando o jogo mais dinâmico e potenciador de novos sistemas ofensivos, de modo a aproximar as equipas do sucesso competitivo. Objetivo: Aferir da importância do guarda-redes na construção ofensiva no Andebol moderno, analisar os momentos de substituição ataque-defesa para a reentrada do guarda-redes, identificar os atletas que efetuam a substituição ataque-defesa para a entrada do guarda-redes com maior frequência em contexto de jogo. Métodos: Recorreu-se à Metodologia Observacional (Anguera et al., 2000; Anguera, 2003) e à Análise Sequencial de Jogo (Sarmento et al., 2013) para observar os comportamentos e ações dos atletas. Para a recolha de opiniões, atitudes e representações dos participantes, recorreu-se à técnica de entrevista (Santos & Lima, 2019) procedendo-se, posteriormente, à análise de conteúdo (Bardin, 2009). O grupo de estudo compreendeu três treinadores a exercer funções nas duas principais divisões do Andebol português e com a mais alta qualificação técnica internacional da European Handball Federation (EHF). Analisaram-se também duas equipas do Campeonato Nacional de Andebol 1 (PO01) e uma terceira formação, do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão. Resultados: O momento da substituição para a reentrada do guarda-redes ocorre em função do lado do banco onde se situa a jogada, da zona na qual é finalizada a ação, dos atletas envolvidos na criação da situação de finalização ou na finalização propriamente dita. Conclusão: A substituição ataque-defesa para a reentrada do guarda-redes não é efetuada por um atleta habitualmente pré-definido pelo treinador, mas de acordo com o comportamento defensivo concreto do adversário e do conhecimento acerca das tomadas de decisão dos colegas de equipa. Com efeito, os treinadores deste estudo tendem a criar exercícios que fomentam a otimização do processo de substituição e a saída atempada para que a reentrada do guarda-redes possa restabelecer o desejado equilíbrio defensivo.

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