Perspectiva (Aug 2023)

Crianças Mangues, Crianças Praças e Crianças Ruas: Quando as paisagens se fazem em corpos infantis: espaços albergues para (algumas) infâncias. Contribuições da Geografia da Infância aos deslocamentos forçados infantis

  • Jader Janer Moreira Lopes,
  • Ambika Kapoor

DOI
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2023.e86466
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 2

Abstract

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Este artigo tem por objetivo refletir sobre as variadas infâncias que habitam este planeta e suas relações com o espaço em que vivem. Parte do reconhecimento de que o espaço é uma importante linguagem e que apresenta estreitas relações com a formação humana, incluindo, aí, os bebês e as crianças. O espaço se expressa de variadas formas na vida, em paisagens, em territórios, em lugares. Todas essas dimensões apresentam relações axiológicas que estão nas fronteiras do ser humano e de seu desenvolvimento. Nessa perspectiva, há uma gramática espacial a ser considerada no existir e em todas as situações que envolvem o viver em sociedade. Pautado nos estudos da Geografia da Infância, nosso desejo é contribuir, em especial, com o olhar sobre as crianças em movimentos, em deslocamentos forçados. Uma situação que se debruça sobre as muitas infâncias no mundo contemporâneo e nos diferentes territórios que vivem. Para isso, iniciamos nossa reflexão com o conceito criado pelos autores da Teoria Histórico-cultural: o de vivência (perijvanie) e dele desdobramos para o conceito de vivência espacial (prostranstvennoe perejivanie), em um segundo momento, dialogamos com as narrativas espaciais de algumas crianças, em especial, as crianças que vivem nas ruas da cidade de Nova Déli, India, tendo por base pesquisas feitas em anos anteriores, sistematizadas em forma de texto acadêmico. Finalizamos reafirmando a importância de se considerar o espaço nessa vivência. Além dos teóricos e dos dados de campo, o texto é escrito tendo como fio condutor o diálogo com Josué de Castro e sua importante obra “Homens e Caranguejos”.

Keywords