Tempo Social (Jan 2009)

Estratégia operária e neocapitalismo Working-class strategy and neocapitalism

  • Iram Jácome Rodrigues

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-20702009000100004
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 1
pp. 51 – 64

Abstract

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O objetivo deste texto é discutir algumas das questões propostas por André Gorz em seu livro Estratégia operária e neocapitalismo, publicado em meados da década de 1960, e situar este trabalho como parte de um conjunto mais amplo de estudos do autor em que a questão das transformações no capitalismo, nos países centrais, pós-Segunda Guerra Mundial, teria colocado a necessidade de novas estratégias para a ação do movimento operário e do sindicalismo. Um primeiro tema seria a relação entre as reivindicações mais gerais e aquelas mais específicas, e o papel desempenhado pelas demandas de tipo reformista na ação trabalhista; um segundo aspecto seria refletir, a partir dessa nova fase, à época, sobre os estudos de André Gorz acerca das mudanças mais gerais no âmbito do capitalismo e, por extensão, das sociedades capitalistas mais desenvolvidas; um terceiro aspecto, e que analisaremos mais detidamente, diz respeito à questão do local de trabalho, da empresa, da fábrica, da produção como locus fundamental da luta pela emancipação dos trabalhadores.This text discusses some of the questions raised by André Gorz in his book Working-class strategy and neocapitalism, published in the mid 1960s. It situates this work as part of a wider set of studies by the author in which he explores the transformations in capitalism in central countries after the Second World War, focusing on how these prompted the need for new action strategies among the working-class and union movements. The first theme discussed is the relationship between general and specific demands and the role performed by reformism in working-class action. Secondly, based on this new phase, the article reflects on André Gorz's studies concerning overall changes within capitalism and, by extension, within the more developed capitalist societies. Finally, the article analyzes in more detail the question of the workplace, company, factory and production as a fundamental locus in the fight for working-class emancipation.

Keywords