Ágora (Jan 2012)

Do Oikos à Pólis de Agamémnon: sob o signo da distorção

  • Maria do Céu Fialho

DOI
https://doi.org/10.34624/agora.v0i14.9951
Journal volume & issue
no. 14

Abstract

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A perturbação da ordem no oikos é motivada por uma ausência demasiado longa do seu kyrios, na guerra, e pelo gesto de sacrificar a sua filha, o que representa uma violação da vocação do oikos para se perpetuar através da descendência. Este comportamento anómalo incrementa uma subversão de papéis na casa. Clitemnestra assume o papel do elemento masculino como responsável pela vingança do assassinato da filha. Assim, a imagem da mulher como guardiã da casa, como um cão, subvertida na de uma cadela assassina, é muito expressiva. As metáforas animais e o motivo recorrente da rede do caçador ou do pescador, ao longo do drama, sublinham a complexidade destas distorções. As perturbações da casa real prontamente afectam a vida da pólis. A pólis livre será agitada pela violência e pelo medo, pela tirania e subsequente stasis.

Keywords