Revista Portuguesa de Cardiologia (Jan 2015)
Influence of gender on prognosis of acute coronary syndromes
Abstract
Introduction: Ischemic heart disease presents different features in men and women. We analyzed the relation between gender and prognosis in patients who had suffered a high-risk acute coronary syndrome (ACS). Methods: This was a prospective analytical cohort study performed at Lozano Blesa University Hospital, Zaragoza, Spain, of 559 patients diagnosed with high-risk ACS with and without ST-segment elevation according to the American College of Cardiology/American Heart Association guidelines. The sample was divided into two groups by gender and differences in epidemiologic, laboratory, electrocardiographic and echocardiographic variables and treatment were recorded. A Cox's proportional hazard model was applied and 6-month mortality was analyzed as the main variable. Results: The median age was 65.2±12.7 years, and 21.8% were women. Baseline characteristics in women were more unfavorable, with higher GRACE scores, older age, higher prevalence of hypertension, diabetes and heart failure, lower ejection fraction and more renal dysfunction at admission. Women suffered more adverse cardiovascular events (27.9% vs. 15.8%, p=0.002). Sixty-four patients died, 18.9% of the women vs. 9.4% of the men (p=0.004). After multivariate analysis, female gender did not present an independent relation with mortality. Hemoglobin level, renal function, ejection fraction and Killip class >1 presented significant differences. Conclusions: Acute syndrome coronary in women has a worse prognosis than in men. Their adverse course is due to their baseline characteristics and not to their gender. Resumo: Introdução: A doença cardíaca isquémica apresenta características diferentes em homens e mulheres. Foi analisada a relação entre o sexo e o prognóstico, em pacientes vítimas de síndrome coronária aguda (SCA) de alto risco. Métodos: Estudo analítico prospetivo, de coorte, realizado no Hospital Universitário Lozano Blesa, Zaragoza, Espanha. A população em estudo é constituída por 559 pacientes com SCA, com e sem elevação do segmento ST, de acordo com a American College of Cardiology/American Heart Association. Esta população foi dicotomizada pelo sexo e realizado um estudo comparativo analisando variáveis epidemiológicas, laboratoriais, eletrocardiográficas, ecocardiográficas e de procedimento de tratamento. Aplicou-se o método de Cox para cálculo do risco proporcional e analisou-se a taxa de mortalidade como variável principal nos seis meses após o evento. Resultados: A idade média foi de 65,2±12,7 anos. 21,8% dos doentes eram do sexo feminino. Quando comparadas com o sexo masculino, as características da população feminina eram mais desfavoráveis, apresentando um score GRACE mais elevado, uma idade superior e uma maior prevalência de hipertensão arterial, diabetes mellitus e de insuficiência cardíaca. A fração de ejeção era inferior e apresentavam grau maior de insuficiência cardíaca e de disfunção renal na admissão. As mulheres sofreram mais eventos cardiovasculares adversos (27,9% versus 15,8%, p=0,002). Sessenta e quatro pacientes morreram, sendo a mortalidade no grupo das mulheres quando comparada com o grupo dos homens significativamente superior (18,9% versus 9,4%, p= 0,004). Na análise multivariada, o sexo feminino não apresenta relação independente com a mortalidade. Por outro lado o valor sérico de hemoglobina, a função renal, a fração de ejeção e Killip >1 foram variáveis identificadas como preditoras de mortalidade. Conclusões: A síndrome coronária agudo no grupo das mulheres tem pior prognóstico em relação ao dos homens. A evolução adversa deve-se às características iniciais e não ao facto de ser do sexo feminino. Keywords: Acute coronary syndrome, Risk factor, Age, Gender, Survival, Prognosis, Palavras chave: Síndrome coronária aguda, Fator de risco, Idade, Sexo, Sobrevivência, Prognóstico