Gazeta Médica (Feb 2018)

Mediastinite Aguda: Estudo Retrospetivo de 8 Anos de Abordagem em Cuidados Intensivos

  • Ana Bastos Furtado,
  • Aurélia Martinho,
  • Luís Revés,
  • Paulo Telles Freitas

DOI
https://doi.org/10.29315/gm.v3i3.101
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 3

Abstract

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Introdução: A mediastinite aguda é um processo inflamatório dos tecidos que envolvem as estruturas mediastínicas. É uma patologia pouco frequente e com elevada taxa de mortalidade se não for diagnosticada e tratada atempadamente. Realizou-se uma revisão dos casos de mediastinite aguda internados no Serviço de Medicina Intensiva, focando os aspetos demográficos da amostra, etiologia, cuidados prestados e mortalidade associada. Material e Métodos: Análise descritiva retrospetiva da informação constante em processo de todos os doentes internados no Serviço de Medicina Intensiva com o diagnóstico mediastinite, entre 1 de abril de 1996 e 31 de dezembro de 2014. Resultados: A análise incidiu sobre 13 doentes, 54% do género feminino, com média de idade 69 anos. As etiologias obtidas: perfuração do esófago (n=5); mediastinite descendente (n=5); secundária a infeções de outras localizações (n=2); infeção de esternotomia por cirurgia cardíaca (n=1). À admissão no Serviço de Medicina Intensiva 38% encontravam-se em sépsis e 38% em choque séptico. Todos realizaram tomografia computorizada (n=13). Todos foram tratados com antibioterapia, 85% com técnicas cirúrgicas e com 15% técnicas minimamente invasivas. As complicações foram localizadas maioritariamente ao espaço pleural e pulmão (n=7). A mortalidade foi de 15,4%. Conclusão: A nossa série difere do reportado na literatura relativamente aos dados demográficos (mulheres, com idade média superior) e à etiologia das mediastinites (perfuração do esófago e mediastinites descendentes). Para o sucesso do tratamento é fundamental o diagnóstico e abordagem atempada em ambiente de cuidados intensivos pela gravidade, complexidade e multiplicidade das técnicas aplicadas.

Keywords