Neotropical Ichthyology (Mar 2010)
Reproductive biology and development of gill glands in the inseminating characid, Macropsobrycon uruguayanae Eigenmann, 1915 (Cheirodontinae: Compsurini)
Abstract
The reproductive biology and development of the gill gland are described for Macropsobrycon uruguayanae, an inseminating characid species of the tribe Compsurini, subfamily Cheirodontinae. Between April 2001 and March 2002, 117 males and 143 females of this species were collected in the rio Ibicuí, Uruguay basin in the State of Rio Grande do Sul, Brazil. Reproductively active individuals were present during most months sampled, indicating lack of a well-defined seasonal reproductive period. Several maturing females were found to be inseminated before completing full maturation. Histological analyses demonstrated spermatozoa within the ovaries of females in different stages of gonadal maturation collected during most months. No immature females had inseminated ovaries. Standard length at first gonadal maturation was estimated to be 24 mm for both males and females. Mean absolute fecundity was 191.08 (± 48.83 SD) oocytes per female, one of the lowest among characids. Relative fecundity was 0.539 (± 0.069 SD) oocytes per mg weight of the female, a value similar to that found for the majority of species of Cheirodontinae. The presence of two cohorts of oocytes within ovaries of M. uruguayanae indicates synchronous development, with total spawning. The mean diameter of mature oocytes was 0.6711 (± 0.1252 SD) mm, smaller than that found for the majority of species of Characidae. Gill glands occurred in all mature males, as well as in males undergoing advanced maturation. In the latter case, fewer gill filaments comprised the glands. Gill glands were not observed in immature males, males undergoing the initial stages of maturation, or in any female. A given gill gland may comprise as many as 24 filaments of the lateral hemibranch of the first gill arch. Secondary lamellae within most of the gill gland are greatly reduced, with columnar cells being present between them. These columnar cells contain abundant vesicles, suggesting secretory activity. The morphology of the gill gland of M. uruguayanae resembles that found in the majority of characid species that possess this structure.São descritos a biologia reprodutiva e o desenvolvimento da glândula branquial de Macropsobrycon uruguayanae, uma espécie de caracídeo inseminador da tribo Compsurini, subfamília Cheirodontinae. Foram capturados 117 machos e 143 fêmeas da espécie entre abril de 2001 e março de 2002 no rio Ibicuí, bacia do rio Uruguay no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Indivíduos em reprodução foram observados na maioria dos meses amostrados, não havendo período reprodutivo sazonalmente definido. Fêmeas em maturação apresentavam-se inseminadas antes de completar a maturação plena. Análises histológicas mostraram espermatozoides nos ovários de fêmeas em diferentes estádios de maturação gonadal coletadas na maioria dos meses. Nenhuma fêmea imatura apresentou ovários inseminados. O tamanho de primeira maturação gonadal foi estimado em 24 mm de comprimento padrão para machos e fêmeas. A fecundidade absoluta média foi de 191,08 (± 48,83 SD) ovócitos por fêmea, uma das mais baixas entre caracídeos. A fecundidade relativa foi de 0,539 (± 0,069 SD) ovócitos por mg do peso da fêmea, valor semelhante ao encontrado para a maioria das espécies de Cheirodontinae. A espécie mostrou desenvolvimento ovocitário do tipo sincrônico em dois grupos, indicando desova total. O diâmetro médio dos ovócitos maduros foi de 0,6711 (± 0,1252 SD) mm, menor do que o encontrado para a maioria das espécies de Characidae. A glândula branquial ocorreu em todos os machos maduros analisados, sendo também observada em machos em maturação avançada, porém envolvendo um número menor de filamentos branquiais. A glândula branquial não foi observada em machos em maturação inicial ou imaturos e em fêmeas em qualquer fase de maturação. Esta glândula pode compreender até 24 filamentos da hemibrânquia externa do primeiro arco. As lamelas secundárias da glândula branquial são reduzidas e há proliferação de células secretoras colunares entre elas. Estas células são preenchidas por inúmeros vacúolos, sugerindo intensa atividade secretora. A morfologia da glândula branquial de M. uruguayanae é muito semelhante à da maioria das espécies de Characidae que possuem esta estrutura.