Revista de Educação Física (Dec 2017)
CITIUS, ALTIUS, FORTIUS. A ARTE DE TREINAR PARA VENCER: O ESPORTE IMITA A GUERRA?
Abstract
No mundo moderno, a questão do treinamento é de fundamental importância para as Forças Armadas no cumprimento de suas funções constitucionais.Para atingir a eficácia no desempenho de suas missões, o treinamento é um importante coadjuvante, permitindo exercitar, ao máximo, todas as tarefas a serem executadas, antes de, realmente, entrar em ação. No esporte, constata se o mesmo: duros treinamentos, visando atingir o nível ideal para a competição. Para os militares, o treinamento, portanto, temuma dupla finalidade: preparar seus quadros para a guerra, além de preparar os seus militares-atletas para competições de alto nível das quais participam. Os manuais de operações relatam que o moderno campo de batalha está em processo de rápida evolução, assim como se observa, também, que o esporte competitivo de alto rendimento está em pleno desenvolvimento. Devido ao avanço tecnológico dos equipamentos militares e esportivos, o campo da batalha se desenvolve com armamentos de alto poder de destruição, com a elevada mobilidade das tropas, em guerras de curta duração, caracterizadas por operações de combate continuadas e extenuantes, em situações adversas e estressantes. O campo do esporte evolui, buscando um nível de performance e de detecção de talentos, atingindo patamares antes inimagináveis. Neste contexto, a arte de treinar para vencer pode ser empregada por ambos, esporte e guerra, de forma científica e metodológica. O esporte competitivo, por estar inserido no Movimento Olímpico Internacional, é uma fonte inesgotável para a pesquisa de métodos de treinamento para ele mesmo, bem como para a própria guerra moderna.Assim, o objetivo do presente estudo é analisar, sob uma ótica comportamental, as habilidades inerentes ao atleta e ao combatente militar, onde um adequado comportamento psicológico parece estar relacionado ao ótimo rendimento, à aderência ao esporte, à motivação para treinar e competir, bem como às características peculiares dos militares, necessárias ao combate contemporâneo. Pelo estudo pormenorizado de textos de diversos autores, aqui referenciados, verificou-se que o esporte ainda é a forma mais econômica e próxima da dura realidade do combate (que possui características próprias de condicionantes emocionais, fisiológicas e de toda a gama da aptidão física) capaz de adestrar e treinar soldados para enfrentar e dar o melhor para a conquista de seus objetivos nas piscinas, nas quadras, nos campos, nas pistas, bem como nos grandes teatros de operações modernos.